Confira últimas notícias e declarações de Mazzuco, diretor-executivo de futebol do Botafogo
O diretor de futebol do Botafogo, André Mazzuco, deu entrevista ao canal “Trilha do Futebol” e falou sobre os bastidores do Glorioso. Ele também comentou sobre Júnior Santos, carreira e muito mais.
Abaixo, veja trechos e declarações de André Mazzuco e confira as últimas do dirigente.
Entrevista André Mazzuco - Canal Trilha do Futebol
André Mazzuco é um dos palestrantes no “TransferRoom Summit”, um seminário internacional sobre futebol que está sendo realizado no JW Marriot Hotel, em São Paulo, nos dias 19 e 20 de junho. A TransferRoom é uma plataforma internacional de transferências e mercado de jogadores sediada em Londres e parceira do Botafogo desde março deste ano.
Abaixo, confira trechos e declarações de André Mazzuco ao canal "Trilha do Futebol".
Carreira de André Mazzuco
Sou um privilegiado, porque profissionalmente pude navegar em várias áreas, base, escolinhas, preparador físico, vivenciei Série A, Série B, clube-empresa, um clube do Norte que é o Paysandu, isso me trouxe muita experiência e bagagem. É um privilégio. Depois, tem as histórias de cada clube. O Coritiba com toda história envolvida, no Red Bull pude conhecer o Leipzig e o Salzburg, o Paysandu é um time do Norte extremamente populoso, de paixão e tradição, o Paraná onde comecei, depois o Vasco, subia a escada do vestiário e via a estátua do Romário, pega o Cruzeiro com toda sua tradição e o Santos, time em que jogou o Pelé. Depois, surge esse presente justamente para a gente que sempre defendeu clube organizado, que não tivesse tanta política interferindo, aparece o Botafogo, um clube maravilhoso, de tradição, camisa, de Garrincha, de história, sendo comprado. Pelas conexões da vida, entro no processo seletivo, dá certo, o clube vira empresa. Aí, é aquela coisa, agora vamos poder fazer o que sempre quisemos, tendo um dono, não um conselho, nada que interferisse nas decisões, que têm que ser técnicas. Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Não pelo momento do Botafogo, mas pelos momentos que já passamos, como começar em março (de 2022) tendo que mudar o nível de Série B para A, sem estrutura, tendo que qualificar o elenco, foi uma correria.
Veja mais declarações de André Mazzuco após a publicidade abaixo.
Chegada ao Botafogo
Quando sou contratado, John fala “você tem liberdade de trazer um cara da sua confiança para o ser o meu head scout”. Falei que por coincidência o melhor era um grande amigo meu, mas era difícil arrancar de onde estava. Era o Alessandro Brito, estava no Atlético-MG, nos conhecíamos do Paraná. John falou “então vamos trazer”. Teve nosso envolvimento, amizade, John foi para cima e trouxe, acabou. Dentro da parceria que já tínhamos, da loucura do início, tivemos oscilação, crise grande, descrédito, normal quando perde jogo. Esse foi o primeiro momento de testar se a decisão era realmente técnica. John foi firme, manteve o trabalho, conseguimos fazer campanha bacana e chegar na última rodada brigando por Libertadores.
Esse ano, com vários fatores que levaram a um pouco de insucesso no início, vem uma segunda crise, mais forte ainda, e é futebol, tem rede social, tem faixa, tem “fora todo mundo”. Mais uma vez nos reunimos, “vamos, precisamos de tempo e melhor organização”. O Botafogo não tinha nem centro de treinamento, fomos construindo ao longo do processo. O trabalho está bom, acontecendo, vamos manter e buscar soluções. Não é por acaso liderar o Brasileiro nesse momento, mas quanto mais tiver tempo para trabalhar mais tempo você tem para entender seus problemas e buscar soluções. Temos um treinador acima da média, Luís Castro é um cara sensacional, de trabalho exemplar junto com a comissão técnica dele, temos profissionais engajados, um grupo de atletas que acreditou, quando vieram ninguém mentiu para eles. Todos aqui, do mais alto nível, como Marçal e Tiquinho, sabiam e toparam vir. Foi uma junção de coisas boas e genuínas de verdade. As coisas estão fluindo. Estamos em momento bom, vai ter oscilação, tivemos desclassificação da Copa do Brasil, estamos vivos em duas competições. Sou um privilegiado por poder experimentar tudo isso e estar aqui com essa oportunidade no clube que estou.
Liderança interna
Hoje não tem mais como obrigar alguém a fazer porque você é diretor ou chefe. Não serve mais. O cara vai fazer por obrigação, não porque acredita. Ou o gestor faz as pessoas acreditarem, não estou dizendo que tem que ser um motivador, é realmente ter um propósito, mostrar que é o que você quer não para você, é para elas também. A gestão de pessoas é fundamental. Futebol é multifatorial. Chegar ao fim do jogo com uma vitória depende de um milhão de coisas. Algumas vezes fui indagado que sou muito bonzinho para o futebol. Sempre respondi que cheguei onde quero chegar sendo assim, porque são valores que tenho comigo e acredito. Hoje no Botafogo temos heads, médico, da coordenação científica, scout, várias chefias de setor. Só para organizar o trabalho, para passar para a equipe deles. Tem uma sinergia importante. Se você tem que gastar energia mandando, é porque está errado, porque o cara não acredita. O grande ponto é fazer as pessoas acreditarem, aí você faz a coisa fluir. Problema você sempre vai ter, vamos resolver. Se as pessoas estão engajadas e acreditam, entendem que o trabalho de cada um é importante como equipe, vai ser feito o sucesso. No futebol isso vale para a equipe de trabalho e para os atletas.
Base do Botafogo
Hoje o departamento de futebol é um só, cuida do profissional, da base e e do futebol feminino. Lógico que tem gestores, como Tiano (Gomes) e João Paulo (Costa) na base, Everson (Rocha) na captação, tem heads, mas tudo está sob nosso guarda-chuva. Temos nossa base a partir de 14, 15 anos, de 13 para baixo é com a Trops, que é parceira do Botafogo. Lógico que com nove anos entrando na Trops faz parte da base do Botafogo, que tem que se estruturar, tem plano de investimentos, precisa criar centro de treinamento novo, tem muita coisa para desenvolver. Estamos captando atletas, desenvolvendo processo metodológico com trabalho maravilhoso do João Paulo, Tiano é nosso administrativo. Continuamos, mas ainda com muita dificuldade. Uma das vantagens é que fizemos campo sintético no Nilton Santos, muito bom, atendeu a todos os requisitos, estamos montando campo igual para base. Estamos indo de passinho em passinho, a base é a sustentação do clube, é muito importante.
Atletas aprenderem inglês
Estamos nos estruturando isso, tem muita coisa para resolver de estrutura, mas precisa ser feito, ainda mais tendo dono americano. Botafogo hoje é parte de uma holding, um grupo que coordena várias empresas e se chama Eagle. Tem Botafogo, Lyon, Crystal Palace e RWD Molenbeek, são clubes diferentes, entradas. Por isso é importante fazer inglês.
Júnior Santos
O acesso à oportunidade é difícil. Quando você tem orientação, aproxima os clubes dos meninos, mas não é todo mundo que vai começar na base de um time grande, tradicional. Alguém vai ter que começar nos clubes menores. É um caminho. Temos um exemplo que é o Júnior Santos, atacante do Botafogo. Conheço a história dele há muitos anos, queria ter a oportunidade trabalhar com ele, estava no Japão, conseguimos trazer. Começou a jogar profissionalmente com 23 anos, era pedreiro, jogava futebol amador. Começou a ser descoberto, entrou e foi para um clube. Hoje é um jogador de 28 anos, conhecido, está sendo destaque no campeonato, cabeça boa, boa índole, dedicado, sabia que tinha que se dedicar ao máximo para vencer e venceu.
Aproveite e siga o Botafogo Hoje no Facebook, no Instagram e no Twitter e acompanhe as ultimas do Fogão.