Após marcar história com títulos inéditos, técnico português abre o jogo sobre bastidores da saída, fala sobre o carinho pelo Botafogo e revela mágoas da separação.

Campeão da Libertadores e do Brasileirão de 2024 com o Botafogo, o técnico Artur Jorge deixou o clube no início de 2025, rumo ao Al-Rayyan, do Catar. A saída foi cercada de polêmicas, com torcedores divididos entre gratidão e mágoa. Agora, o treinador português decidiu abrir o jogo sobre os bastidores de sua decisão, o que esperava da diretoria, seu carinho pelo Glorioso e até revelou o desejo de contar com Gregore em sua nova equipe.

A prioridade sempre foi o Botafogo, diz Artur Jorge

Em entrevista ao podcast Abre Aspas, do site “GE”, Artur Jorge afirmou que o Botafogo foi sua grande prioridade até o último momento. Apesar das abordagens do Al-Rayyan desde outubro de 2024, o técnico garantiu que só aceitou conversar com o clube do Catar após conquistar os títulos com o Glorioso.

Foco total até o fim

“Nunca levei adiante qualquer conversa enquanto ainda estava lutando pelos títulos com o Botafogo. Meu compromisso era total com o clube e com os torcedores. Queria entregar felicidade e conquistas.”

Essa declaração reforça que, para ele, a missão era terminar a temporada com conquistas — e foi o que fez. Mesmo com o interesse de clubes estrangeiros, Artur Jorge só iniciou negociações após encerrar sua passagem vitoriosa.

Saída conturbada e desejo de valorização

Apesar de ter levado o Botafogo a títulos históricos, Artur Jorge deixou claro que esperava uma valorização maior da diretoria. Sem citar nomes diretamente, ele lamentou que não houve conversas sobre continuidade, apenas sobre o encerramento do ciclo.

Comparação com Abel Ferreira

O treinador mencionou o técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, como exemplo de um profissional valorizado após conquistas.

“Abel sempre foi reconhecido pelo clube, não só com dinheiro, mas com estrutura, respeito, voz ativa. Senti que isso faltou comigo.”

Artur Jorge revelou que, mesmo sendo campeão brasileiro e da Libertadores, era apenas o oitavo técnico mais bem pago do país em 2024.

Interesse em Gregore e carinho por ex-comandados

Mesmo longe do clube, Artur Jorge continua acompanhando o Botafogo. Em sua nova equipe no Catar, ele admitiu interesse em contar com Gregore, volante titular do Glorioso.

“Gregore é um jogador que aprecio muito. Tem potencial para se dar muito bem no Catar.”

O português ainda afirmou que gostaria de reencontrar vários jogadores do elenco campeão, mas reconhece as limitações de mercado no país árabe.

Mais que atletas, homens de caráter

“Todos os jogadores que treinei no Botafogo teriam espaço comigo. Não apenas pelo futebol, mas pelo caráter, pela entrega. Fui privilegiado.”

Mágoa e gratidão: relação com a torcida

A torcida alvinegra foi parte importante da trajetória de Artur Jorge no Brasil. Mesmo após sua saída, o técnico afirma que recebe carinho dos torcedores nas ruas, mas reconhece que há uma parcela magoada.

“Parte da estrela do Botafogo ficou comigo. Entendo a mágoa de alguns, mas tenho muito respeito por essa torcida.”

Durante as férias, ele visitou o Rio de Janeiro e teve contato direto com torcedores. Disse que sente orgulho pelo que viveu e torce pelo sucesso do clube.

Saudade do Mundial: “Queria muito estar lá”

O Botafogo está prestes a disputar o Super Mundial de Clubes da FIFA em 2025. Artur Jorge, que classificou o clube com os títulos do ano anterior, revelou que sente uma “inveja saudável” por não poder participar.

“Fiz a minha parte. Queria estar lá. Mas não dá para ter tudo. Sinto orgulho por ter contribuído para esse momento.”

Apesar da tristeza por não disputar a competição, ele afirma que acompanhará de perto e torcerá pelo Botafogo, especialmente pelos jogadores que ajudou a formar.

Projetos precisam de continuidade, diz treinador

Artur Jorge reforçou que não queria sair do clube, mas que a ausência de um projeto de longo prazo o fez repensar seu futuro. Para ele, vitórias sustentáveis precisam de planejamento e valorização.

Críticas construtivas à estrutura

“Faltou consistência de projeto. Não estou falando mal do clube. Mas se queremos crescer, temos que pensar a longo prazo, como o Palmeiras fez.”

O técnico acredita que o Botafogo tem potencial para se firmar entre os maiores do Brasil e da América do Sul, mas precisa manter uma base sólida e uma visão estratégica.

Volta ao Botafogo? Artur Jorge prefere não projetar

Perguntado se poderia voltar ao Glorioso no futuro, Artur Jorge evitou uma resposta direta. Disse que respeita o clube, mas que está focado no projeto atual.

“Não existe uma fórmula. Cada um sente de um jeito. Prefiro pensar no que construímos. Os títulos, os momentos mágicos, isso ninguém apaga.”

Ele reforçou que não há ressentimentos e que deseja apenas que o clube siga vencendo, independentemente de quem esteja no comando.

Reconhecimento e legado eterno

O treinador deixou claro que, mesmo fora do clube, seu carinho pelo Botafogo permanece. Ele vê o ano de 2024 como um marco na história do time e na sua carreira.

“Essa equipe será lembrada para sempre. Fomos os primeiros campeões da Libertadores. É um legado que ninguém pode tirar.”

Com humildade e sinceridade, Artur Jorge mostrou que, apesar das dores da separação, o respeito pela estrela solitária continua forte.

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