Botafogo deixa postura de 'Guerra' contra a CBF de lado e, sem 'barulho', vê erros cruciais se repetirem no Brasileirão 2025. Entenda a mudança de estratégia, os lances polêmicos e a necessidade de John Textor agir rápido.
O ano de 2024 marcou uma era no Botafogo. O clube, liderado por John Textor, adotou uma postura de confronto aberto contra a CBF e a arbitragem. A cada erro, Textor vinha a público. Os relatórios da empresa Good Game! eram a munição. O recado era claro: errar contra o Glorioso seria uma grande dor de cabeça. Essa pressão, em teoria, faria a balança pesar e as decisões seriam mais pensadas.
No entanto, em 2025, a história mudou. Após a conquista dos títulos do Campeonato Brasileiro e da Libertadores, a diretoria alvinegra optou por uma rota diferente: a política da boa vizinhança. O enfrentamento deu lugar ao silêncio. A expectativa era de paz e benefícios nos bastidores. O resultado, porém, está bem visível. Sem barulho, o Botafogo se tornou, novamente, menos relevante nos corredores da CBF. E, o que é pior, os erros de arbitragem voltaram a acontecer em sequência, sem qualquer resposta ou punição.
O Silêncio Custa Caro: Erros em Sequência e a Passividade Alvinegra
A mudança de postura da diretoria do Botafogo tem um preço alto. Erros claros são cometidos contra o time de Davide Ancelotti, e o silêncio é a única resposta.
Ignorados pela CBF
O clube já foi, inclusive, ignorado após reclamações. O caso contra o Grêmio é um exemplo. Um pênalti polêmico tirou pontos importantes do Alvinegro. O Botafogo reclamou. A CBF? Nenhuma resposta. Nenhuma explicação. Nada. A mensagem que fica para os árbitros é perigosa: está liberado errar contra o Botafogo. Não há punição.
Enquanto isso, erros em jogos de outros times geram afastamentos imediatos dos responsáveis.
Os Casos de Internacional e Outros Jogos
O jogo contra o Internacional, no Beira-Rio, pela 27ª rodada, é o mais recente e gritante exemplo. O Botafogo perdeu por 2 a 0, mas foi severamente prejudicado.
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O zagueiro Mercado, do Inter, deu uma cotovelada em Santi Rodríguez. O lance era para expulsão.
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Minutos depois, o mesmo Mercado agarrou Arthur Cabral pela cintura dentro da área. Pênalti claro.
O árbitro Flavio Rodrigues de Souza e o VAR Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral não marcaram nada em nenhum dos lances. O que fez a CBF? Nada.
A CBF Afasta, Mas Ignora o Botafogo
A contradição da CBF é evidente. Após a mesma rodada (a 27ª), o órgão máximo do futebol brasileiro decidiu afastar árbitros e VARs de outros jogos polêmicos para "treinamento, aprimoramento e avaliação interna":
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Red Bull Bragantino 1 x 0 Grêmio: Afastados Lucas Casagrande e Gilberto Rodrigues Castro Junior. O Grêmio reclamou de um pênalti nos acréscimos.
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São Paulo 2 x 3 Palmeiras: Afastados Ramon Abatti Abel e Ilbert Estevam da Silva. O São Paulo reclamou de um pênalti não marcado e de um cartão vermelho.
Essa atitude mostra que, ao não punir ou afastar ninguém do jogo Internacional x Botafogo, a CBF concorda com os erros que prejudicaram o Glorioso.
A Opinião de Simon e o Pênalti Sonegado
O comentarista de arbitragem da ESPN, Carlos Eugênio Simon, foi claro: o Botafogo foi prejudicado.
"O Botafogo foi prejudicado. Teve um pênalti ainda no primeiro tempo do Mercado em cima do Arthur Cabral. [...] O Mercado está abraçado, agarrado ao Arthur Cabral. Isso é pênalti! O Flavio Rodrigues de Souza não marcou no campo e o VAR também não interveio, e ele deveria ter acionado o árbitro, porque é muito clara a jogada."
A visão de Simon contraria a de Paulo Cesar Oliveira (Grupo Globo), que viu um lance de "pouco impacto". No entanto, a regra fala por si. Agarrar é pênalti.
O Silêncio da Diretoria e o Contraste com o São Paulo
A postura da diretoria do Botafogo é de bastidores, de "briga interna". Mas isso, na prática, não tem surtido efeito. O clube, que ainda possui os relatórios da Good Game! que apontam inúmeros pontos perdidos por erros, mantém as provas em sigilo.
O "Vira-Casaca" do São Paulo
Em 2024, quando o Botafogo reclamava, o São Paulo escreveu uma nota criticando o Alvinegro:
"Por fim, o São Paulo FC espera que o Botafogo, um clube protagonista na história do esporte, resolva suas diferenças e cure feridas esportivas dentro de campo."
Pois bem. O jogo virou. Após a derrota para o Palmeiras, o próprio São Paulo, em nota assinada pelo presidente Julio Casares, criticou a arbitragem, exigiu medidas da CBF e disse que a atuação do juiz "compromete a credibilidade da competição".
O que isso prova? Que, mesmo sem razão em alguns lances, o barulho funciona. O São Paulo, ao protestar publicamente, forçou a CBF a afastar o árbitro. O Botafogo, em silêncio, é ignorado.
Os Erros do Time e a Estratégia Bizarra de Ancelotti
Não é justo colocar toda a culpa na arbitragem. O Botafogo tem seus próprios problemas internos que precisam de solução rápida.
A Insegurança e a Passividade em Campo
Um ponto que chama a atenção é a passividade dos jogadores do Botafogo nos lances polêmicos. Tanto Santi Rodríguez quanto Arthur Cabral, vítimas dos lances de Mercado, quase não reclamaram. Em jogos de alta pressão, é preciso ter "malícia": cair, esfriar o jogo e pressionar o árbitro para que ele vá ao VAR. Se o árbitro se negar a ir, o erro fica mais evidente. A pressão não pode ser só do capitão, Marlon Freitas; é uma responsabilidade de todo o time.
A "Invenção" Tática de Davide Ancelotti
O técnico Davide Ancelotti também contribuiu para a derrota contra o Inter. O time estava apenas 1 a 0 para o adversário, em um jogo equilibrado. No entanto, o treinador fez alterações surreais que bagunçaram o time e acabaram com as chances de reação.
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Ele sacou Gabriel Bahia para colocar Mateo Ponte.
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Inventou um esquema 3-5-2 que, visivelmente, não foi treinado.
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Pôs Newton (volante) de zagueiro pela direita, Vitinho (lateral) de ala-esquerda.
Essas mudanças desorganizaram a defesa, expuseram Marlon Freitas e deslocaram jogadores de suas posições de melhor desempenho. Foi uma alteração fora de hora e de contexto.
Para piorar, ele colocou Chris Ramos no lugar de Jeffinho. A chuva já havia parado, o campo estava seco, pedindo um jogo técnico. Ele, no entanto, colocou dois centroavantes "postes" na área. Um erro tático que custou caro
A Torcida, a Menos Reclamona
É curioso notar que, mesmo com tantos erros, o torcedor do Botafogo é o que menos reclama da arbitragem em comunidades online.
Um estudo da BolaVip Brasil no Reddit mostrou que:
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O Botafogo registrou apenas 39 menções a termos como "árbitro", "arbitragem" e "VAR" na sua comunidade.
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O líder do ranking, Corinthians, teve 375 menções.
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Outros clubes, como Internacional (310) e São Paulo (277), também reclamam muito mais.
Isso pode indicar que o torcedor do Glorioso é mais crítico ao próprio time, técnico e diretoria. Para eles, culpar o juiz anularia outras críticas importantes. Mas, na prática, essa passividade — tanto da torcida quanto da diretoria e dos jogadores — contribui para que o Botafogo continue sendo alvo fácil.
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