Filho de Carlo Ancelotti, técnico da Seleção Brasileira, Davide chega ao Botafogo para sua primeira experiência como treinador. A escolha divide opiniões e gera debate.

O Botafogo agitou o cenário esportivo ao escolher Davide Ancelotti como novo técnico. A notícia, que pegou muitos de surpresa, trouxe à tona um debate intenso entre torcedores, comentaristas e especialistas. Com contrato até o fim de 2026, Davide chega ao clube carioca em meio a uma temporada conturbada, marcada por trocas no comando técnico, saídas de jogadores importantes e um clima de incerteza.

Mas quem é Davide Ancelotti? Quais são os riscos e expectativas dessa contratação? Neste artigo, vamos detalhar tudo sobre a chegada do novo treinador do Glorioso.

A oficialização: Davide Ancelotti assina com o Botafogo

Após dias de especulações, o jornalista André Hernan, do UOL, confirmou: Davide Ancelotti vai assinar contrato com o Botafogo nesta terça-feira (9/7). A negociação avançou durante o fim de semana, com as últimas minutas do acordo sendo finalizadas na segunda-feira à noite.

O filho de Carlo Ancelotti, atualmente auxiliar técnico da Seleção Brasileira, deixará a função na CBF para iniciar sua carreira como treinador principal no Botafogo. No entanto, o clube carioca acertou com a entidade máxima do futebol brasileiro que Davide poderá atuar como auxiliar do pai na Copa do Mundo de 2026.

Herança familiar: o peso do sobrenome Ancelotti

O nome Ancelotti carrega tradição no futebol mundial. Carlo Ancelotti é um dos técnicos mais vitoriosos da história, e seu filho acompanhou de perto essa trajetória. Davide foi auxiliar em clubes como Real Madrid, Bayern de Munique, Napoli e Everton. Mais recentemente, integrou a comissão técnica da Seleção Brasileira.

Apesar desse currículo como auxiliar, essa será a primeira vez que Davide será o treinador principal de uma equipe. Isso gerou reações divididas.

"Se chamasse Silva, não estaria contratado", opinou o comentarista André Loffredo, ressaltando que o sobrenome teve peso na escolha.

A nova comissão técnica: multicultural e experiente

Davide Ancelotti não virá sozinho. Segundo o Canal do TF, sua comissão técnica será composta por profissionais de diferentes nacionalidades:

  • Luis Tevenet, espanhol, ex-treinador do time B do Atlético de Madrid.

  • Andy Mangan, inglês, colega de curso de Davide.

  • Luca Guerra, preparador físico italiano, ex-Everton e Napoli.

  • Francesco Mauri, especialista em bolas paradas e atual auxiliar de Carlo Ancelotti na Seleção.

Esse grupo trará ao Botafogo uma abordagem internacional e atualizada, algo raro no futebol brasileiro.

Ligação com a Seleção: acordo polêmico com a CBF

Um ponto que chamou atenção foi a flexibilidade contratual com o Botafogo. Davide Ancelotti terá permissão para atuar na comissão da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo de 2026. A decisão foi aprovada pela CBF após conversas diplomáticas com o clube.

Embora vista como uma vantagem estratégica, essa ligação dupla gerou críticas:

"Toda vez que o Carlo Ancelotti convocar um jogador do Botafogo, vai surgir a dúvida: foi por mérito ou por ser treinado pelo filho?", alertou o jornalista PVC, da CBN.

As críticas da imprensa: "Aposta de luxo", "decisão de grife" e "riscos desnecessários"

A escolha por Davide dividiu opiniões. Muitos jornalistas viram a contratação como uma aposta de alto risco, especialmente por ele nunca ter comandado uma equipe profissional como técnico principal.

"Ele pode vir a ser um grande treinador, mas por enquanto, não é. Parece mais uma decisão de impacto, de marketing", opinou Celso Unzelte, da ESPN.

O comentarista Rodrigo Coutinho, do SporTV, ressaltou o contexto:

“O Botafogo está começando o ano pela terceira vez dentro da mesma temporada. Essa troca constante prejudica o planejamento”.

Momento delicado: reconstrução em meio à temporada

O Botafogo vive uma fase de reformulação. Após perder jogadores como Almada, Luiz Henrique e recentemente o zagueiro titular, o elenco precisa se reestruturar. Além disso, nomes como Savarino precisam ser recuperados tecnicamente.

O time também teve dificuldades para manter um padrão de jogo com Renato Paiva, o último treinador. Agora, caberá a Davide tentar reorganizar a equipe em pleno mês de julho, com o calendário brasileiro em andamento.

O estilo de Davide: o que esperar?

Apesar da pouca experiência como técnico principal, Davide é conhecido por ser estudioso, atualizado e metódico. Ele foi elogiado por sua contribuição nas bolas paradas e no sistema defensivo das equipes por onde passou.

No entanto, há dúvidas se ele se encaixa na chamada "Botafogo Way", um conceito implantado pela SAF para priorizar técnicos com filosofia ofensiva e alinhados com o projeto do clube.

“Pelo menos neste primeiro momento, o Davide não tem perfil que encaixe com a justificativa da demissão do Renato Paiva”, destacou Coutinho.

Expectativas e riscos

A grande questão que fica é: o Botafogo contratou um treinador ou apenas um nome forte?

Mesmo com tantas dúvidas, o torcedor alvinegro se agarra à esperança de que Davide traga ideias novas, modernize o clube e traga estabilidade. Mas será necessário tempo, paciência e estrutura, algo raro no futebol brasileiro.

O sucesso de Davide no Botafogo pode até influenciar o trabalho do pai na Seleção. Já uma eventual crise pode respingar em todos os envolvidos: clube, CBF e família Ancelotti.

E agora? Clássico à vista!

Davide Ancelotti não deve estrear contra o Vasco, no próximo sábado. Quem comanda a equipe nesse jogo será Cláudio Caçapa, membro da comissão permanente do clube.

A expectativa é que Davide desembarque no Rio de Janeiro até quarta-feira (10/7), para iniciar seu trabalho no CT Lonier.

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