A estreia oficial de Davide Ancelotti como técnico do Botafogo foi marcada por um desempenho animador, mas com um resultado que frustrou os torcedores. O empate em 0 a 0 com o Vitória, na noite de quarta-feira (16/7), no Estádio Nilton Santos, deixou sensações divididas. Se por um lado o time alvinegro criou muitas chances e mostrou intensidade, por outro, não conseguiu furar a retranca adversária. Vamos entender como foi esse início de jornada para o jovem treinador italiano e o que esperar daqui pra frente.

O desafio de comandar um elenco em constante mudança

🔄 Renovação constante

Um dos principais obstáculos para Ancelotti, segundo comentaristas esportivos, é lidar com um elenco em constante transformação. O jornalista André Loffredo, do SporTV, destacou que o novo técnico precisará se adaptar rapidamente à cultura de negócios do clube, onde jogadores são vendidos e contratados com frequência.

"Ele vai ter que acertar um time que vai mudando o tempo inteiro", apontou Loffredo.

Já Vinícius Bueno reforçou que Davide tem o trabalho mais difícil entre os técnicos do futebol brasileiro atualmente:

"São nove atacantes no elenco. Não dá pra entender. Ele vai ter que reinventar o time o tempo inteiro."

O jogo: Botafogo 0 x 0 Vitória

📊 Domínio com final infeliz

Apesar do empate sem gols, o Botafogo foi superior durante toda a partida. Foram 23 finalizações e 65% de posse de bola, números que mostram a agressividade e volume de jogo da equipe. O goleiro Lucas Arcanjo, do Vitória, foi o destaque absoluto, com grandes defesas e atuação impecável.

“O goleiro se tornou o pesadelo do filho de Carlo Ancelotti”, escreveu o jornal espanhol Marca.

O jornal La Razón destacou que as substituições de Davide no segundo tempo quebraram o ritmo do time, permitindo que o Vitória crescesse no jogo.

Estilo de jogo com identidade

⚽ Mais vertical e agressivo

Os comentaristas notaram uma mudança clara no estilo do Botafogo sob o comando de Ancelotti. Segundo Vinícius Bueno:

“Foi um time muito agudo, muito vertical, lembrando o estilo de 2024 com Artur Jorge.”

Essa intensidade contrasta com o futebol mais cadenciado do ex-treinador Renato Paiva, criticado por um jogo moroso e de muitos toques laterais.

Análise das substituições

❌ Decisão polêmica

O comentarista Francisco Aiello, do Redação SporTV, criticou duramente uma das escolhas do técnico: a substituição de Allan por Gregore, no segundo tempo.

"Não vi necessidade. O jogo pedia um atacante, um plano B. Essa mexida não foi de filho de técnico top."

Segundo Aiello, faltou ousadia num momento em que o time precisava ser mais ofensivo para buscar a vitória.

Destaques individuais

🌟 Bons nomes em campo

Apesar do placar zerado, vários jogadores se destacaram:

• Artur: muito participativo pelo lado direito.
• Vitinho e Savarino: contribuíram bem nas jogadas ofensivas.
• Allan e Marlon Freitas: dupla de volantes que deu dinâmica ao time.
• Kaio: zagueiro chamou atenção pela força e entrega.

Para Fellipe Bastos, comentarista do Seleção SporTV, o Botafogo “jogou melhor ontem do que em muitas vitórias neste Brasileirão”.

Faltou o gol, não o futebol

🎯 Quando a bola não entra…

A sensação geral entre jornalistas e torcedores é que o Botafogo merecia a vitória. Faltou sorte — e sobrou goleiro do outro lado.

“O Botafogo vai jogar esse jogo dez vezes e ganhar nove. Ontem foi aquela uma vez que não entra de jeito nenhum”, resumiu Bastos.

Com duas bolas na trave e várias finalizações perigosas, o Glorioso fez o que se espera de um time forte jogando em casa.

Rodada desperdiçada

📉 Pontos que podem fazer falta

O empate contra o Vitória, lanterna do campeonato, foi especialmente frustrante por causa dos tropeços de Flamengo, Palmeiras e Bragantino. Era a chance perfeita para encostar nos líderes e embolar a parte de cima da tabela.

“Se vencesse, chegaria a 24 pontos e estaria colado na ponta”, lembrou o comentarista Thales Machado.

Avaliação geral: desempenho positivo

💡 Sinais de que há futuro

Apesar das críticas pontuais, o sentimento geral é de que o trabalho de Davide Ancelotti começou com o pé direito. O time mostrou organização, volume de jogo, presença ofensiva e, acima de tudo, uma ideia clara de como jogar.

“O time produziu. Mostrou soluções. A atuação foi muito boa. O resultado, nem tanto”, definiu Fellipe Bastos.

Próximo desafio: Sport fora de casa

🆚 Jogo obrigatório

O próximo compromisso do Botafogo será contra o Sport, fora de casa. Mesmo com o Sport vivendo uma má fase, a equipe pernambucana é tradicionalmente forte jogando na Ilha do Retiro.

Este será mais um teste para Davide Ancelotti. O desempenho precisa se transformar em resultado. Para brigar pelo título, não dá para desperdiçar pontos contra os últimos colocados.

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