Uma análise dos períodos de seca e as reflexões sobre os caminhos não trilhados rumo à glória

O Palmeiras celebra mais uma conquista, erguendo o troféu do Brasileiro pela 12ª vez desde a unificação dos campeonatos. Contudo, enquanto o Alviverde escreve sua história de sucesso, outros clubes permanecem há quase duas décadas distantes desse feito. Entre os grandes, Internacional e Botafogo lideram o ranking dos mais longos jejuns na Série A.

O Colorado encerrou a temporada em nono lugar, distante da disputa pelo título. Completou 44 anos de espera desde sua última vitória em 1979, quando brilhavam Figueroa, Falcão e seus companheiros. Em 1988, 2005, 2006 e 2020, o clube esteve perto do tão almejado tetra, mas a conquista escapou pelas mãos, ficando com o vice.

Já o Botafogo viu escapar uma chance de ouro para encerrar sua fila de títulos. Com 13 pontos de vantagem, liderou por 31 das 38 rodadas, mas a derrocada ampliou o jejum para 28 anos, desde 1995.

Outros gigantes como Grêmio (27 anos), Vasco (23 anos), Athletico (22 anos) e Santos (19 anos) também enfrentam um longo período sem levantar o troféu do Brasileirão. Dentro do top 10, apenas o Peixe triunfou no formato de pontos corridos, em 2004.

Porém, liderando a fila está o Guarani. São 45 anos desde 1978 sem conquistar o título nacional. Coritiba, Sport e Bahia também estão entre os times que aguardam ansiosamente o retorno da glória. Em 2021, impulsionado por Hulk, o Atlético-MG encerrou um jejum de 40 anos.

As maiores secas no Brasileiro (desde 1971) 

  • Guarani - 1978 (45 anos)
  • Inter - 1979 (44 anos)
  • Coritiba - 1985 (38 anos)
  • Sport - 1987 (36 anos)
  • Bahia - 1988 (35 anos)
  • Botafogo - 1995 (28 anos)
  • Grêmio - 1996 (27 anos)
  • Vasco - 2000 (23 anos)
  • Athletico - 2001 (22 anos)
  • Santos - 2004 (19 anos)

Botafogo deu mole

Um olhar crítico sobre o desempenho recente do Botafogo revela a decepção do torcedor. Precisando de apenas 24 pontos no segundo turno para ser campeão, o clube conquistou apenas 17 em 19 jogos, terminando fora até mesmo do G-4, encerrando na quinta colocação.

Comentaristas como Carlos Eduardo Éboli apontam os erros internos e a falta de controle emocional como aspectos cruciais para a derrocada do Botafogo. "A matemática é cruel e afeta a alma do torcedor. O time fez 47 pontos no primeiro turno e precisava de 24 no returno, mas não conseguiu", lamenta Éboli.

Jéssica Cescon compartilha dessa visão crítica, destacando a falta de um treinador experiente após a saída de Bruno Lage. "Faltou um personagem com experiência para blindar o vestiário e fazer o necessário", reflete.

O desfecho melancólico desse enredo de esperanças frustradas lança questões sobre as escolhas e o suporte necessário para transformar potencial em conquista. Enquanto alguns clubes escrevem suas histórias de sucesso, outros continuam a enfrentar um período prolongado de espera, alimentando a ansiedade de torcedores ávidos por verem seus times no topo novamente.

Que essa análise sirva não apenas como reflexão, mas como um convite à ação, onde gestão, jogadores e estrutura se unam na busca por romper com essas longas esperas, transformando-as em páginas de glória nos capítulos futuros do futebol brasileiro.

Compartilhar no: