Após manobra frustrada da Eagle Football para tirá-lo do Glorioso, empresário americano reage, anuncia nova empresa e garante foco total no Botafogo
John Textor voltou ao centro dos holofotes nesta sexta-feira (18/7). Após uma tentativa frustrada de ser afastado do controle da SAF do Botafogo, o empresário americano reagiu com firmeza, anunciou a criação de uma nova empresa e reafirmou seu compromisso com o Glorioso. A movimentação revelou bastidores intensos, cartas de apoio e uma reviravolta que pode marcar uma nova era para o clube.
John Textor rompe com Eagle Football Holding
Nova empresa, mesmo Botafogo
A principal notícia da sexta-feira foi a decisão de John Textor de retirar o Botafogo da Eagle Football Holding, conglomerado que ainda detém o Lyon. Em seu lugar, o empresário vai operar por meio da Eagle Football Group, empresa sediada nas Ilhas Cayman.
A medida foi tomada para dar mais independência ao Botafogo, longe dos conflitos políticos e financeiros da holding anterior. O RWDM Brussels, da Bélgica, também fará parte do novo grupo.
“O Botafogo ficará mais saudável financeiramente separado da Eagle Holding”, justificou Textor.
Investimento e foco total no Glorioso
IPO e novos parceiros
O novo plano de Textor é ousado: abrir capital da Eagle Football Group na Bolsa de Valores de Nova York. A estratégia visa captar recursos, atrair investidores e consolidar o projeto do Botafogo como um clube global e competitivo.
Além disso, o americano segue em busca de um novo clube na Inglaterra para compor o portfólio da nova empresa, após vender suas ações no Crystal Palace.
Tentativa frustrada de golpe
Ares Management tentou tirar o controle do Botafogo
Reportagens do “GE” e do jornal O Globo revelaram que a Ares Management, uma das principais acionistas da Eagle Football Holding, tentou retirar John Textor do comando do Botafogo. A empresa alegava que ele não havia quitado um empréstimo feito para comprar o Lyon, o que teria provocado um racha interno.
No entanto, o plano não deu certo graças à resistência do clube associativo do Botafogo, que detém 10% da SAF.
Clube associativo foi fundamental
A defesa veio em peso. João Paulo Magalhães Lins, presidente do Botafogo associativo, enviou uma carta à Eagle garantindo que qualquer mudança na SAF só poderia ser feita com autorização do clube social.
“O John Textor pertence ao Botafogo, e nós não vamos deixar que nada aconteça com ele”, declarou João Paulo.
A carta foi decisiva para barrar a tentativa da Ares e manter Textor no controle da SAF.
Textor comemora e cutuca antigos parceiros
“Sem algemas, sem agendas políticas”
Em sua conta no Instagram, John Textor comemorou as recentes contratações do Botafogo e aproveitou para alfinetar a experiência no Lyon.
“Perseguindo troféus, recrutando sem algemas. Que delícia comandar um clube sem agendas políticas envolvidas”, escreveu.
A frase marcou o tom da nova fase: mais autonomia, mais foco no futebol e menos interferência externa.
Declaração apaixonada ao Botafogo
“Fomos família antes de sermos campeões”
Em entrevista ao jornal O Globo, Textor se declarou ao clube e mostrou que está mais comprometido do que nunca.
“Todos sabem que fui escolhido para o Botafogo e é onde me sinto mais em casa. No Brasil somos incentivados a sonhar, somos livres para inovar e ainda temos muitos troféus para conquistar!”, afirmou.
A fala veio acompanhada de agradecimentos às palavras de apoio do presidente João Paulo e de uma promessa: o projeto do Botafogo está apenas começando.
Carta de lealdade: apoio total a Textor
Documento com 22 assinaturas
Na madrugada de sexta-feira, uma carta com 22 assinaturas de dirigentes e lideranças do Botafogo foi enviada à Eagle Football Holding em defesa de John Textor. O documento ficou conhecido como “carta de lealdade”.
Entre os signatários estavam nomes como Thairo Arruda, Jonas Marmello, Pedro Souto, Mariana Carvalho, Nilton Moura e muitos outros.
O conteúdo reafirma que o clube não aceitará mudanças na SAF sem aval do associativo e que a saída de Textor significaria uma ruptura com o projeto em andamento.
“Se John Textor for afastado, sairemos com ele”, dizia a carta.
Veja abaixo a carta do Botafogo aos acionistas da Eagle, divulgada pelo “GE”:
Prezados acionistas e membros do Conselho da Eagle Football Holding e SAF Botafogo,
Nós, oficiais estatutários e executivos senior da SAF Botafogo, em pleno exercício de nossa consciência profissional e pessoal, pleiteamos por meio deste nosso apoio inabalável e incondicional à liderança em andamento do Sr. John Charles Textor em seus papéis como Diretor Executivo, Presidente do Conselho de Diretores, e líder da SAF Botafogo.
Essa não é meramente uma declaração de alinhamento profissional.
Esse é um compromisso emocional, ético e existencial ao Botafogo.
1) Gratidão pela liderança que reviveu um legado.
Outrora um titã no futebol brasileiro, um clube que forjou lendas e ajudou o Brasil a conquistar suas três primeiras Copas do Mundo, o Botafogo havia deslizado rumo às trevas. Ruína financeira, instabilidade política e irrelevância esportiva deixaram uma instituição orgulhosa agonizando por ar. A esperança havia se dissipado. A glória havia se apagado. Mas então, contra todas as probabilidades, alguém viu um futuro onde outros viram fracasso.
Esse alguém foi John Charles Textor.
Sob sua liderança, o Botafogo fez mais do que se recuperar: renasceu. Do desespero da segunda divisão do Brasil à conquista da Copa Libertadores e do Campeonato Brasileiro em 2024, até orgulhosamente representar o Brasil como o 14º time colocado na Copa do Mundo de Clubes da Fifa, o Botafogo se restaurou à dignidade e relevância. Essas vitórias não foram obra do acaso. Elas foram conquistadas, tijolo por tijolo, pela visão e pelo comprometimento de um líder que acreditou não só no clube, mas em todos nós.
Ele trouxe profissionalismo para onde havia caos. Estrutura onde havia desordem. Esperança onde existia resignação. Paramos de sobreviver e começamos a sonhar de novo.
Ele não investiu apenas dinheiro; ele investiu seu coração. E nós o retribuímos com nosso suor, nossas lágrimas e nossa lealdade.
2) Conquistas mensuráveis, impacto imensurável
O que a liderança de John Textor nos deu foi não só crença, mas transformação. Algumas das nossas conquistas incluem:
– Dívida do clube caiu de mais de R$ 1,2 bilhão para R$ 500 milhões por meio de negociações históricas e inovação legal;
– Aumento da receita de R$ 140 milhões para R$ 719 milhões em 2024, com a expectativa de que 2025 quebre novos recordes
– Botafogo atingiu R$ 3 bilhões em exposição de mídia em 2025 e completou a maior venda de ativos na história do futebol brasileiro;
– Em apenas três anos, inscrições de emprego subiram acima de 713%, enquanto o Botafogo se tornou um modelo de profissionalismo;
– A introdução do campo sintético transformou o estádio Nilton Santos em um hub cultural e de entretenimento, recebendo os maiores atos da música global na cena sociocultural do subúrbio do Rio de Janeiro, reforçando o PIB da cidade.
Mas mais do que números, o que mudou foi a alma. O Botafogo se tornou um lugar em que as pessoas desejavam estar novamente: um clube que honrou seu passado e construiu seu futuro. E por trás de cada avanço, cada reforma, cada vitória, esteve a visão de um homem: John Charles Textor.
3) Um futuro glorioso em risco
Neste momento, o Botafogo está à beira de algo extraordinário. Após décadas de espera, duvidando e sobrevivendo, estamos finalmente construindo um futuro à altura da grandeza do nosso passado.
Não é mais um sonho. Está acontecendo. Planos estão em andamento. Fundações estão sendo colocadas, literal e figuradamente. Mas nada disso é garantido. Na verdade, tudo está em risco.
Uma das peças mais ambiciosas desse futuro é o novo Estádio do Botafogo, projetado para receber 40.000 torcedores. Não é qualquer estádio, é uma casa de classe mundial, uma das mais modernas e avançadas do planeta. Um estádio vibrante, com as arquibancadas próximas ao campo. Você consegue imaginar o som alto da nossa torcida? Um lugar construído não apenas para o futebol, mas para orgulho, identidade e pertencimento. Um espaço onde gerações de torcedores: pais, filhos, netos, se reunirão e sentirão o verdadeiramente significa vestir preto e branco. Este não será apenas mais um estádio. Será uma declaração. Uma promessa cumprida.
Ao mesmo tempo, o Centro de Treinamento do Botafogo se tornará um dos melhores da América do Sul. Seis campos profissionais. Conexão perfeita entre a base e o time principal.
As mais recentes tecnologias em desempenho, recuperação e desenvolvimento. Um lugar onde sonhos nascerão e lendas surgirão. Um lugar onde o Botafogo constrói não apenas times, mas futuros inteiros. Está acontecendo, mas precisamos continuar nos desenvolvendo.
Mas aqui está a verdade que não podemos ignorar: nada disso acontece sem John Textor.
Esses projetos existem por causa de sua visão, sua garra e sua crença no que o Botafogo pode se tornar. Não são apenas planos de construção. Fazem parte de algo maior, algo construído com base na confiança, estabilidade e compromisso de longo prazo.
Se ele sair, se sua liderança for desmantelada, tudo o que começamos pode ruir. O estádio pode ser arquivado. O centro de treinamento pode perder o impulso. O progresso pelo qual lutamos pode desaparecer tão rápido quanto surgiu.
É por isso que estamos nos manifestando. Porque este futuro está próximo demais para deixar escapar. Esperamos muito tempo. Nos sacrificamos demais. Sabemos o que estamos construindo e sabemos quem está segurando o projeto. Sem ele, o projeto não apenas desacelera. Ele perde a alma.
E Botafogo não é só concreto e grama. É sobre pessoas. É sobre uma causa. E agora, estamos mais perto do que nunca de tornar isso realidade, mas só se protegermos o que nos trouxe até aqui em primeiro lugar.
4) Resistência à interferência, lealdade sem compromisso
Estamos profundamente cientes das recentes pressões políticas e corporativas visando minar a continuidade deste projeto. Embora não os nomeemos, nós denunciamos e rejeitamos qualquer tentativa, seja aberta ou velada, de remover ou diminuir a autoridade do sr. Textor sobre as operações de futebol e visão estratégica do Botafogo.
Esse não é só um desafio a uma estrutura gerencial.
É a traição de um sonho. A ruptura de uma família.
Se tais ações forem tomadas sem transparência, deliberação inclusive, e sem o consentimento expresso do sr. Textor, vamos considerá-las uma violação dos nossos valores compartilhados. Caso o cargo dele seja revogado, suspenso ou limitado de qualquer forma significativa, esta deverá servir como nossa formal e irrevogável notificação de demissão, com efeito dentro de 48 horas após tal decisão.
Sairemos não por desafio, mas por dignidade.
Não em protesto, mas em princípio.
Porque lealdades familiares não podem ser negociadas.
5) Declaração vinculativa de união e propósito
Esse manifesto não é um ato de divisão. É uma súplica por união. Não estamos abandonando o Botafogo. Estamos defendendo o Botafogo que saiu das cinzas, a fênix que renasceu sob a liderança de um homem que ousou sonhar e nos pediu para sonhar com ele.
Nós fizemos isso. Nossa torcida fez isso. Juntos, conquistamos. Juntos, nos erguemos.
O Botafogo não é só um emprego. É nossa causa, nosso lar, nossa alma.
Se John for forçado a sair, sairemos com ele. Sem ele, não há razão para permanecer.
Somos uma equipe. Somos uma família. Permanecemos como um só.
Esse manifesto não é um ato de divisão. É uma súplica por união. Não estamos abandonando o Botafogo. Estamos defendendo o Botafogo que saiu das cinzas, a fênix que renasceu sob a liderança de um homem que ousou sonhar e nos pediu para sonhar com ele.
Nós sonhamos. Nossos torcedores sonharam. Juntos nós conquistamos. Juntos nós estamos.
Botafogo não é só um trabalho. É nossa causa, nossa casa, nossa alma.
Se John for afastado, nós sairemos com ele. Sem ele, não há razão para ficar.
Somos um time. Somos uma família. E permanecemos unidos.
Com amor e lealdade pelo Botafogo.
Situação atual: Textor no comando e novas perspectivas
Apesar da turbulência, a situação está sob controle. Textor segue como controlador majoritário da SAF do Botafogo e agora lidera a criação da Eagle Football Group, onde Glorioso e RWDM Brussels serão os pilares principais.
O foco está em fortalecer o Botafogo, trazer reforços e buscar conquistas, com a promessa de um ambiente mais saudável e longe de interferências externas.
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