Em entrevista marcante, ídolo alvinegro revive a conquista do Carioca sobre o Flamengo e conta como viveu, como torcedor, o título da Libertadores de 2024.
Poucos jogadores marcaram tanto a história recente do Botafogo como Sebastián “Loco” Abreu. O atacante uruguaio, conhecido pela personalidade forte e pelas jogadas ousadas, participou de um dos momentos mais marcantes do clube: o título do Campeonato Carioca de 2010, conquistado sobre o Flamengo com direito a cavadinha na final.
Em uma entrevista emocionante ao BotafogoPodCast, Loco abriu o coração e compartilhou detalhes dessa jornada. Também falou sobre como viveu, como torcedor, a histórica campanha do Glorioso na Libertadores de 2024, coroada com o título continental.
Este artigo revisita momentos especiais, bastidores curiosos e a forte ligação entre o atacante e o clube.
Título Carioca de 2010: “Eu queria uma máquina do tempo”
O jogo que mudou tudo
Em 18 de abril de 2010, o Maracanã viveu um dos capítulos mais inesquecíveis da história do Botafogo. Após três anos seguidos de derrotas para o Flamengo em finais, o clube entrou em campo carregando a pressão de mudar esse roteiro. A vitória por 2x1, com direito a um pênalti cobrado com cavadinha por Loco Abreu, virou símbolo de resistência e coragem.
“Pagaria qualquer coisa para voltar àquele dia. A gente não curtiu o momento por causa da pressão. Era ganhar ou continuar sendo chamado de perdedor”, contou Loco.
A mítica cavadinha
O lance que eternizou Abreu como ídolo alvinegro foi pensado, mas não saiu exatamente como planejado.
“Eu pensei: esse goleiro está em boa fase, vai se jogar. Então tem que ser cavadinha. Mas errei a força. Quando vi a bola subindo, pedi pra ela descer. Ainda bem que entrou”, relembra, entre risos.
A cobrança virou marca registrada, símbolo da ousadia e da confiança do atacante, e ficou gravada para sempre na memória do torcedor botafoguense.
Bastidores do Botafogo em 2010: reconstrução e união
Chegada ao clube
Abreu chegou ao Botafogo em 2010, vindo de uma passagem difícil pela Grécia. Segundo ele, o clube oferecia um novo começo e a chance de se preparar bem para a Copa do Mundo.
O camisa 13 recorda com carinho o momento em que recebeu sua camisa das mãos de Zagallo. “Na hora pensei: aqui vai dar certo. Estava abençoado”.
Um início complicado
Nem tudo começou bem. Na estreia, o Botafogo levou 6x0 do Vasco. O técnico foi demitido e o ambiente ficou tenso. Loco achou que seria descartado. Mas a chegada de Joel Santana mudou tudo.
“Ele gostava de centroavante de área, daquele que briga na frente. A gente se encaixou. Começamos a jogar fácil, sem inventar. E aos poucos fomos ganhando respeito.”
Joel Santana, o comandante da virada
Joel foi peça-chave na transformação do grupo. Criou uma mentalidade vencedora, mesmo com elenco mais modesto do que os rivais.
“Ele montou um time fechado, focado, que sabia jogar o jogo. Joel foi o responsável por transformar a desconfiança em confiança. Ele fez a gente acreditar.”
Abreu destaca que o treinador era mestre em lidar com o ego dos jogadores, organizando o grupo entre "evangélicos, bandidos e vampiros", com muito respeito. “Todo mundo tinha espaço. Mas na hora do jogo, todo mundo entrava para dar a vida.”
Libertadores 2024: emoção nas arquibancadas
Do campo à torcida
Quase 15 anos depois da cavadinha, Loco Abreu viveu outro momento histórico. Mas dessa vez, do lado de fora das quatro linhas. Em 2024, ele acompanhou como torcedor a emocionante conquista da Libertadores pelo Botafogo.
“Estava pipocando de nervoso. Na semifinal, na final… sempre aquela dúvida: será que agora vai? Porque o Botafogo é sofrido, a gente sabe.”
Final inesquecível
Na decisão, o time perdeu um jogador logo no início, mas segurou a pressão e conseguiu marcar. A tática montada pelo técnico surpreendeu Abreu.
“Ele botou linha de seis, fechou os lados. Foi estratégico. Quando saiu o gol, chorei. Parecia que eu estava em campo. O torcedor me abraçava como se eu tivesse feito o gol da final.”
Segundo ele, a vitória mudou a forma como o clube é visto e, mais importante, como a torcida se enxerga. “A gente que começou essa mudança de mentalidade em 2010. E agora ela se consolidou.”
O amor eterno pelo Botafogo
Um compromisso com a história
Abreu confessa que tem uma ligação espiritual com o clube. Ele compara a visita anual ao Rio como uma obrigação emocional.
“Se eu não for ao Nilton Santos uma vez por ano, a temporada não começa bem. Preciso sentir aquilo. É como visitar um parente querido.”
Uma relação que só cresce
Ao participar do Botafogo PodCast, o uruguaio se emocionou várias vezes. A cada lembrança, ele revivia os momentos mágicos que viveu com a camisa alvinegra.
“Mesmo depois de tanto tempo, o carinho não muda. Continua o mesmo respeito, a mesma paixão. E isso só mostra como o Botafogo é especial.”
Frases marcantes de Loco Abreu
- “Não sabia que a cavadinha ia me colocar para sempre na história do clube.”
- “O Botafogo me adotou. Eu sou um de vocês. E sempre vou ser.”
- “Joel construiu um grupo forte. Sem ele, nada teria acontecido.”
- “O título de 2010 mudou o Botafogo. A Libertadores só confirmou isso.”
A cavadinha que virou legado
Loco Abreu não é só um ex-jogador. Ele é símbolo de uma virada de chave na história do Botafogo. Em 2010, ele ajudou a romper um ciclo de derrotas e reconstruiu a autoestima do clube. Em 2024, viu das arquibancadas o Glorioso alcançar o topo da América.
Sua história mostra como paixão, coragem e liderança podem mudar tudo. Seja com uma cavadinha ousada ou com palavras sinceras, Loco conquistou o coração da torcida alvinegra — para sempre.
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