As incertezas rondam o trabalho de Davide Ancelotti em seu primeiro grande desafio como técnico, com o time em baixa e a torcida questionando as escolhas.

O Botafogo vive um momento delicado e cheio de incertezas. A eliminação precoce na Copa do Brasil, a derrota dolorida para o São Paulo e as atuações abaixo do esperado têm gerado críticas e dúvidas sobre o futuro da equipe. A pressão, que já era grande, aumentou consideravelmente sobre o técnico Davide Ancelotti, filho do renomado Carlo Ancelotti. Este é o primeiro grande desafio de Davide como treinador principal, e a tarefa de reverter a situação não será fácil. A torcida, que se acostumou com as glórias e o desempenho avassalador de 2024, agora se pergunta se o time ainda tem forças para lutar por uma vaga na Libertadores e se o estilo de jogo vencedor, o "Botafogo Way", se perdeu.

A discussão sobre o desempenho do time não se limita aos torcedores. Comentaristas e especialistas em futebol também têm levantado pontos importantes sobre a gestão do elenco, as escolhas táticas e o fator psicológico, que é crucial em momentos de crise. Neste artigo, vamos mergulhar nas análises feitas pela imprensa esportiva, entender os desafios que Ancelotti enfrenta e refletir sobre o futuro do Botafogo nesta temporada.

A Questão Emocional: Como Lidar com a Pressão?

A primeira grande preocupação levantada pelos analistas é a capacidade do técnico em gerir a parte emocional do elenco. O Botafogo, que já demonstrou uma resiliência incrível em 2024, parece ter perdido a confiança após os recentes resultados negativos. A eliminação da Copa do Brasil e a série de atuações apáticas abalaram a moral dos jogadores.

A comentarista Luana Maluf, durante um debate na "GE TV", questionou abertamente se Davide Ancelotti, com sua pouca experiência como técnico principal, tem o perfil necessário para lidar com uma situação tão adversa. "Eu não sei se o Davide, neste momento, tem essa capacidade de trazer esse elenco de volta da forma como precisa", afirmou Maluf. A recuperação da auto-estima e a capacidade de "reanimar" os jogadores são desafios que vão além da tática. Eles exigem liderança, carisma e uma conexão profunda com o grupo, qualidades que um técnico mais experiente pode ter desenvolvido ao longo dos anos. A falta de um "ponto de apoio emocional" pode ser um fator crucial para a queda de rendimento do time.

É vital que o técnico consiga entender a cabeça de cada jogador, especialmente aqueles que são a base do time, como o capitão Marlon Freitas, e os que foram contratados com muita expectativa. A pressão de jogar em um clube com a história do Botafogo, somada à frustração de uma temporada que começou com grandes expectativas e agora enfrenta dificuldades, pode pesar. A responsabilidade individual dos jogadores também é importante, mas é o treinador que precisa encontrar a chave para desbloquear o potencial de cada um e fazer com que o grupo volte a funcionar como um coletivo forte e unido.

As Escolhas Táticas de Ancelotti: Decisões Questionáveis?

Outro ponto de intensa discussão são as escolhas táticas de Davide Ancelotti. A rotação excessiva no elenco, com mudanças constantes na escalação, tem gerado críticas de comentaristas como Felipe Melo e Paulo Nunes. No programa "Fechamento SporTV", as decisões do técnico nos jogos contra Vasco e São Paulo foram alvo de severas análises.

Felipe Melo apontou as sete modificações na escalação de um jogo para o outro, destacando a ausência de jogadores importantes como Alexander Barboza, Alex Telles e Marlon Freitas no banco. "Não é hora de poupar!", exclamou o comentarista, enfatizando a importância de colocar em campo os atletas que estão em melhor forma física e técnica, especialmente em jogos decisivos. A derrota para o São Paulo, segundo ele, foi um preço caro a se pagar por essas escolhas. A crítica se intensificou com a decisão de deixar o capitão Marlon Freitas no banco. "Marlon Freitas, capitão do time, no banco!", completou, demonstrando sua indignação.

Paulo Nunes corroborou a crítica, focando na falta de sequência e entendimento do time. "Você toda hora estar mudando... Muda muito, você perde o entendimento do meio-campo, dos jogadores de lado, do sistema defensivo...", ponderou. O time, que já tem uma dificuldade natural de se entrosar devido à alta rotatividade no elenco, é ainda mais prejudicado quando não há uma base sólida de jogadores que jogam juntos e se conhecem em campo. A "organização" que Ancelotti mencionou em entrevistas se torna quase impossível de ser alcançada com tantas mudanças.

Essa falta de consistência tática pode ser um dos motivos para as atuações ruins, como a do jogo contra o São Paulo, que foi descrita pelo comentarista Luciano Mello como uma das piores do ano. "O primeiro tempo do Botafogo é um dos piores do Botafogo no ano. E eu vou incluir aquele início, de Carlos Leiria, de Caçapa", criticou Mello, ressaltando que o placar de 1 a 0 foi "mentiroso" e que o São Paulo "jogou pra ganhar de mais do Botafogo". O goleiro Léo Linck, que entrou no jogo, foi o melhor em campo, o que já diz muito sobre a fragilidade defensiva do time. A opção por um esquema com três volantes, que não funcionou, e o desempenho abaixo do esperado de jogadores como Allan e Jeffinho, são sinais de que as escolhas não estão dando o resultado esperado.

O 'Botafogo Way' e o Modelo de Negócio do Clube

A queda de rendimento do time levanta uma questão mais profunda sobre o identidade do Botafogo e seu modelo de negócio. A comentarista Jéssica Cescon, no programa "Redação SporTV", afirmou que o time "está se distanciando do Botafogo Way", o estilo de jogo que o tornou um campeão em 2024. O "Botafogo Way" era um time "avassalador", "físico" e "agressivo", mas o que se vê hoje é um time apático e lento.

Cescon questionou a aposta em um modelo que se baseia em riscos. "É improvável que um time que começa a consolidar a equipe na janela do meio do ano vá dar certo. Pode dar? Pode. Mas é improvável. É improvável que um treinador que não tem experiência comandando uma equipe principal, um treinador principal, dê certo", argumentou. A "alta rotatividade" de jogadores, que são vistos como ativos a serem vendidos para a Europa, e a aposta em um técnico sem a experiência necessária, são parte de um modelo de gestão que, segundo a comentarista, pode não dar certo todos os anos. O sucesso de 2024 pode ter sido uma exceção, e a equipe está pagando o preço por isso.

A pressão no Brasil é diferente. A cobrança da torcida, a necessidade de resultados rápidos e a intensidade do calendário são fatores que podem sobrecarregar um treinador inexperiente. O jornal espanhol "AS" também noticiou que a permanência de Ancelotti no clube "está ficando cada vez mais difícil", ressaltando que o Botafogo "se mostrou inconsistente, sem ritmo e muito fraco na defesa". A reportagem ainda diz que a situação se agrava depois do resultado em São Paulo. Isso mostra que a crise no Botafogo já ecoa internacionalmente.

O Futuro do Botafogo: Qual o Próximo Passo?

Diante de um cenário tão conturbado, a pergunta que fica é: o que esperar do Botafogo? O time tem uma oportunidade de reagir no próximo jogo, contra o Mirassol, no Estádio Nilton Santos. A partida, válida pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro, é crucial para que o time retome o caminho das vitórias e suba na tabela. A reação precisa ser imediata, tanto em campo quanto fora dele. O técnico Ancelotti precisa encontrar a formação ideal e dar confiança aos jogadores. A diretoria, por sua vez, deve analisar a situação com cautela e decidir se mantém o respaldo ao treinador.

A temporada do Botafogo ainda não acabou. A briga por uma vaga na Libertadores, mesmo que pareça difícil no momento, ainda é possível. O time precisa de um ponto de virada, de uma vitória convincente que devolva a confiança dos jogadores e da torcida. A crise do Botafogo é um lembrete de que no futebol, assim como na vida, nem sempre o raio cai duas vezes no mesmo lugar. É preciso trabalho, planejamento e, acima de tudo, a capacidade de se reinventar em momentos de dificuldade.

Acompanhe as próximas notícias do Botafogo em nosso site para saber como o time vai se sair no próximo desafio e se a crise será superada! Você acredita que Ancelotti vai conseguir virar o jogo? Deixe sua opinião nos comentários!

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