O Botafogo vive dias de grandes emoções, não só em campo. Nos bastidores, a SAF do clube tem sido o centro das atenções com a divulgação do balanço financeiro de 2024 e uma série de brigas na Justiça. Para o torcedor, que sonha com títulos e glórias, é importante entender o que está acontecendo e como isso pode afetar o futuro do time.

Recentemente, o Botafogo divulgou um documento de 82 páginas com os números do ano de 2024. A primeira coisa que chama a atenção é o faturamento: R$ 720 milhões. É um número impressionante e mostra o crescimento do clube sob a gestão da SAF. O documento também aponta uma diminuição de R$ 474 milhões na dívida total desde 2022, o que é uma notícia muito boa. Por outro lado, o clube teve um prejuízo de quase R$ 300 milhões. Esse prejuízo é resultado de altos investimentos feitos para contratar novos jogadores, melhorar a infraestrutura e também de empréstimos feitos ao Lyon, outro clube que faz parte da Eagle Football.

As Dívidas e os Créditos da SAF

Dentro desse balanço, foram descobertos valores que mostram o lado complexo do negócio. O documento revela que o Botafogo tem R$ 558,7 milhões a receber da Eagle Football, a empresa de John Textor que é dona do clube. Desse valor, cerca de R$ 370 milhões devem ser pagos em um ano. Essa grana é resultado de transferências de jogadores e outras trocas de serviços entre os clubes do grupo.

Mas, como nem tudo são flores, o Botafogo também tem dívidas para pagar. O balanço mostra que a SAF deve R$ 593 milhões relacionados à compra de jogadores, incluindo R$ 99,4 milhões de comissões para empresários. A maior parte desse valor, R$ 479,8 milhões, precisa ser paga nos próximos 12 meses. O clube diz que está trabalhando para resolver essas pendências e garantir que o caixa continue saudável.

A Disputa Judicial: Botafogo vs. John Textor

A grande novidade dos últimos dias é a guerra judicial entre a SAF do Botafogo e a Eagle Football Holdings, a empresa de John Textor. Essa briga começou depois que alguns sócios da Eagle se desentenderam com Textor. O Botafogo, então, entrou na Justiça para tentar se proteger e garantir que os valores que tem a receber da Eagle sejam pagos.

A SAF do Botafogo entrou com um recurso no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para tentar reverter uma decisão que congelou parcialmente as ações da Eagle no clube. O Botafogo alega que essa decisão impede a Eagle de vender suas ações e pode comprometer os investimentos futuros. A ideia do clube é garantir que, em caso de novos problemas, o dinheiro não se perca.

A Cobrança dos Empréstimos

O Botafogo está cobrando da Eagle o valor de R$ 152,5 milhões referentes a dois empréstimos que já venceram. A SAF entrou com um pedido na Justiça para bloquear essa grana em contas da Eagle no Brasil. A Justiça já tinha negado esse pedido em primeira instância, mas o Botafogo não desistiu e recorreu.

Além disso, a SAF entrou com uma nova ação contra a Eagle, dessa vez cobrando um empréstimo de € 20 milhões (quase R$ 140 milhões) feito para o RWDM Brussels, outro clube do grupo. A situação é delicada e mostra o total rompimento entre as partes.

A Defesa da Eagle e a Preocupação do Botafogo

Do outro lado, os sócios da Eagle Football que estão brigando com John Textor dizem que, na verdade, o Botafogo é que deve dinheiro ao Lyon. Eles pedem uma auditoria para saber quem realmente deve para quem. A Eagle não reconhece os valores cobrados pelo Botafogo e diz que não é possível saber quem recebeu mais dinheiro. A disputa promete ser longa.

Um dos grandes nomes do jornalismo esportivo, André Rizek, do SporTV, falou sobre o assunto. Ele disse que o maior medo hoje é que essa situação se arraste por muito tempo e o Botafogo caia em um "limbo", como aconteceu com o Vasco. Sem uma definição clara de quem manda e quem injeta dinheiro, o clube pode ter dificuldades de conseguir novos parceiros e investimentos, o que seria um grande problema para o projeto de longo prazo da SAF.

O Futuro do Botafogo e os Novos Rumos

Em meio a essa batalha judicial, John Textor está buscando novos caminhos para o Botafogo. O empresário se reuniu com dirigentes do Nottingham Forest, um clube inglês que pertence ao magnata grego Evangelos Marinakis. O objetivo é que, se Textor vencer a briga na Justiça, o Botafogo possa se ligar a essa nova rede de clubes, deixando de lado a Eagle Football.

As conversas foram boas e o Botafogo apresentou seu projeto e suas estruturas para Edu Gaspar, diretor do Nottingham Forest. Embora Marinakis tenha negado publicamente as negociações, os encontros mostram que a aproximação entre os empresários está acontecendo de verdade.

A Nova Lei da FIFA e Seus Efeitos

Outra notícia importante que pode mudar o mundo do futebol e, em especial, o projeto de John Textor, é a nova regra que a FIFA estaria preparando. Segundo o jornal espanhol "Mundo Deportivo", a FIFA vai proibir a transferência de jogadores entre clubes que têm o mesmo dono.

Essa regra seria um golpe duro na estratégia de Textor, que sempre falou em "corredores de desenvolvimento de jogadores", onde atletas do Botafogo poderiam ir para a Europa. A FIFA quer acabar com o "mercado interno" entre os clubes de um mesmo grupo para evitar problemas e garantir que os negócios sejam justos. Essa decisão, se for confirmada, pode fazer Textor repensar toda sua forma de gerir seus clubes.

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