O acionista da SAF abriu o jogo sobre a temporada, a dificuldade para achar um técnico, a debandada do elenco e a polêmica com o ex-presidente Durcesio Mello; Entenda a situação do Glorioso.
O Botafogo vive momentos de muita tensão e debate. O clube, que fez uma temporada histórica em 2024, acumulando títulos importantes, não conseguiu repetir o sucesso em 2025. As cobranças da torcida e da imprensa são grandes. E o dono da SAF, John Textor, decidiu falar.
Em uma entrevista recente ao "GE" (vídeo), publicada nesta terça-feira (7/10), Textor abriu o coração. Ele fez um balanço da temporada, explicou por que o time não conseguiu engrenar e revelou bastidores que muita gente não sabia. A conversa foi cheia de sinceridade e trouxe à tona os problemas que o clube enfrenta.
A palavra que resume o ano, segundo o próprio Textor, é "fracasso". Ele lamenta não ter conquistado nenhum título. Mas, mais do que isso, o empresário detalhou os desafios que a diretoria enfrentou, especialmente na hora de contratar um novo treinador. Prepare-se para entender o que se passa nos bastidores do Glorioso.
Os Pontos de Tensão no Botafogo
A gestão de Textor no Botafogo tem sido uma montanha-russa de emoções. Depois de um ano espetacular, a queda de rendimento em 2025 gerou muitas críticas. O empresário se defendeu e explicou que nem tudo foi falta de planejamento.
O Nó na Contratação do Treinador: "Ninguém Queria o Cargo"
Um dos pontos mais criticados na temporada foi a dificuldade e a demora para contratar um novo técnico no início do ano. Textor revelou que o problema foi muito mais profundo do que parecia.
A Grande Revelação de Textor
O controlador da SAF disse que a pressão tem sido grande desde o começo. Segundo ele, o planejamento foi abalado de forma inesperada. Textor perdeu o técnico em circunstâncias que ele classificou como "bizarras".
A grande surpresa foi a confissão: cinco ou seis nomes de treinadores recusaram o convite para assumir o Botafogo.
“As pessoas dizem que não ter um treinador é um planejamento ruim. Adivinha? Vou dizer aqui agora. Ninguém queria o cargo”, disse Textor.
Ele explicou que, na época, não quis revelar o motivo para não prejudicar a imagem do clube. Preferiu aceitar as críticas e as acusações de falta de planejamento.
O Peso de um Ano de Sucesso
Textor detalhou o porquê da dificuldade. Segundo ele, muitos técnicos sabiam que repetir o ano de 2024, o melhor em 120 anos do clube, seria quase impossível. O medo de não ter o mesmo sucesso fez com que nomes importantes dissessem "não" ao desafio. Ele até se questionou se não foi persuasivo o suficiente, mas garantiu: não foi falta de planejamento. A busca por um técnico era real e intensa.
O Fracasso de 2025: Sem Títulos e a Saída de Jogadores
Textor foi direto: a temporada 2025, sem títulos, é um "fracasso". O empresário não escondeu a decepção com o desempenho do time.
O Início Difícil e a Mudança de Sistema
O ano começou mal. Textor disse que o primeiro treinador da temporada (Renato Paiva) trouxe um sistema no qual ele acreditava, mas depois abandonou essa ideia. O time sofreu com isso.
“Eu disse que seria um fracasso se não ganhássemos outro troféu. Então, foi um fracasso”, confessou o acionista.
A Debandada do Elenco Campeão
Outra questão levantada foi a saída de muitos jogadores importantes depois da temporada vitoriosa. Textor explicou que isso é um fenômeno normal no futebol. Quando um time ganha títulos grandes, como o Brasileirão e a Libertadores, muitos atletas querem novos desafios, ir para a Europa ou buscar outras conquistas.
Ele citou o exemplo de outros clubes, como o Fluminense, que também enfrentaram a saída de jogadores após grandes vitórias. A necessidade de se remotivar um elenco é um desafio imenso e, segundo Textor, é muito difícil repetir o sucesso ano após ano sem a estrutura que grandes times, como o Palmeiras, já têm.
A Defesa de Durcesio Mello e a Crítica aos Conselheiros
A crise no Botafogo não é só dentro de campo. Fora dele, há uma briga interna. Conselheiros do clube associativo convocaram o ex-presidente Durcesio Mello para dar explicações sobre sua relação com a SAF.
"Deveriam Deixá-lo em Paz"
Pela primeira vez, Textor se manifestou sobre o assunto e saiu em defesa de Durcesio. Ele foi incisivo e pediu que o clube social "deixasse ele em paz".
Textor defendeu a importância de Durcesio Mello no processo de criação da SAF. Segundo o empresário, se Durcesio não tivesse assinado os documentos necessários, o Botafogo não teria tido a chance de vender jogadores importantes, como Almada, Luiz Henrique e Igor Jesus, para a Europa.
O ponto mais forte de sua defesa foi sobre as conquistas:
“Se ele não tivesse assinado os documentos que assinou, não teríamos criado um caminho para jogadores chegarem à Europa. [...] Se o clube social quer jogar isso fora, que seja, mas não quero esquecer o dia 30 de novembro, o melhor dia da maioria das nossas vidas”, disse Textor, referindo-se aos documentos que permitiram a SAF e, consequentemente, as grandes conquistas de 2024, como a Libertadores.
O Porquê da Briga Interna
A polêmica com Durcesio está ligada a uma reportagem do jornal "O Globo", que apontou que o ex-presidente abriu mão de algumas proteções previstas no Acordo de Acionistas. Isso, supostamente, permitiu que Textor usasse a SAF do Botafogo como garantia na compra do clube francês Lyon. Essa ação gerou brigas na empresa de Textor, a Eagle Football.
A reunião do Conselho Deliberativo para discutir o assunto foi suspensa e deve ser retomada no dia 14 de outubro. A promessa é que o CEO Thairo Arruda esteja presente.
Textor Já Não é Unanimidade: O Associativo Busca Alternativas
Para aumentar a pressão, a reportagem do "GE" revelou que Textor não é mais uma unanimidade no clube associativo, que é dono de 10% da SAF.
O presidente do Botafogo associativo, João Paulo Magalhães Lins, se reuniu com acionistas da Eagle e da Ares na Europa. O objetivo? Começar a "pavimentar um caminho sem John Textor".
O Movimento de Precaução
O encontro foi visto como uma medida de precaução. Textor não tem dado garantias financeiras de que pode recomprar o clube da Eagle e nem de que pode ajudar o time no caixa de curto prazo.
João Paulo, que antes se dizia um "soldado de Textor", está buscando novos caminhos. O clube social entende que pode ter força para encerrar a briga societária e, talvez, até tirar Textor do comando.
A situação é de incerteza. A torcida e os sócios acompanham de perto cada passo dessa crise. O futuro do Botafogo está em jogo, e as palavras de Textor só aumentaram a urgência em resolver os problemas dentro e fora de campo.
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