Mesmo com vitória fora de casa na Libertadores, o Botafogo vive dias de tensão. A torcida está impaciente, o técnico Renato Paiva sente a pressão, e bastidores agitados agitam o noticiário alvinegro. Entre protestos, críticas, reforços e decisões importantes, a semana foi intensa para quem acompanha o Glorioso. A seguir, você confere as principais notícias do clube.
Novos ingressos liberados para o Super Mundial de Clubes
Os torcedores do Botafogo já podem garantir presença nos jogos da primeira fase do Super Mundial de Clubes. Foram liberados novos ingressos para os confrontos contra:
- Seattle Sounders (15/6, em Seattle)
- Paris Saint-Germain (19/6, em Los Angeles)
- Atlético de Madrid (23/6, também em Los Angeles)
A compra dos ingressos deve ser feita no site oficial da FIFA: fifa.com/tickets. O clube informou que as vendas se encerram em 20 de maio ou assim que esgotarem os bilhetes.
É a chance de ver o Glorioso em um torneio internacional inédito para a história do clube.
Polêmica com gramado sintético: Lucas Moura se posiciona
O tema do gramado sintético voltou aos holofotes. Lucas Moura, um dos jogadores que lideraram a campanha contra esse tipo de piso, afirmou que o movimento perdeu força e foi mal interpretado.
Segundo ele, não é uma briga contra clubes como Botafogo e Palmeiras, que utilizam o sintético, mas sim uma tentativa de abrir debate com dirigentes e entidades do futebol.
“Infelizmente, algumas pessoas desviaram o foco. O movimento teve uma repercussão enorme, mas ficou mal compreendido”, disse ao portal GE.
Levaram como uma briga da gente contra os times que têm sintético, como Palmeiras, Botafogo e outros. Eles não têm culpa. Estão no direito deles, a lei permite, está tudo certo. Puxaram para esse lado que não foi legal. Envolveram o clubismo. Nosso ponto é totalmente técnico. Na nossa visão, e talvez na maioria dos jogadores, das pessoas que entendem um pouco de futebol, sabemos que esse tipo de gramado muda completamente o jogo, é outro estilo de jogo, é outro futebol, outro esporte. Nosso ponto foi justamente esse, mas ficamos um pouco de mãos atadas. Se a Fifa permite, a CBF não sei no que pode interferir nisso. Vi muita gente falando que eu prefiro um gramado natural ruim do que um sintético. Óbvio que tem muitos gramados ruins no Brasil, mas só se for para as Séries B, C, D do Brasileiro… Na minha opinião, na Série A não tem nenhum gramado tão ruim a ponto de justificar ter um gramado sintético. Se tiver um, dois, três no máximo. Mas é mais fácil, na minha opinião, cuidar desses três gramados, deixar minimamente decente para que não precise ter gramado sintético. Acho que temos força para isso, o futebol brasileiro tem força para isso. Mas esperamos os próximos passos, os próximos capítulos. É em relação a ajudar o futebol. Ter gramado sintético num futebol tão importante que é o nosso acho que desvaloriza nosso esporte. Nenhuma das principais ligas usa gramado sintético, e acho que a gente tem condições de fazer um gramado natural decente para que o nosso futebol seja valorizado.
John Textor quase demitiu Luís Castro em 2023
O ex-diretor do Botafogo, André Mazzuco, revelou nos bastidores uma situação que poderia ter mudado a história recente do clube.
Segundo Mazzuco, o dono da SAF, John Textor, queria demitir Luís Castro após a eliminação no Carioca de 2023. Mas o executivo conseguiu convencer o americano a manter o treinador.
A escolha se mostrou acertada. Castro comandou o time no melhor início da era dos pontos corridos no Brasileirão antes de sair para o Al-Nassr, da Arábia Saudita.
A gente não classifica entre os quatro do Carioca, a torcida enlouqueceu pedindo a saída do Luís. Aí o John liga e fala assim: “Olha, eu preciso tirar.” “Mas como assim?” “Não, porque a pressão, eu não posso perder esse sentimento do Botafogo, a torcida quer a cabeça do treinador.” Eu falei: “John, você vai fazer o que todo mundo faz, e você não é assim. E outra, você nos contratou para que a gente te dê o parecer técnico do negócio, e você não pode mandar o Luís embora. Agora que a gente vai ter o time formatado, nosso time vai engrenar, a gente está com jogador chegando agora, vai ter um período de preparação, a gente vai melhorar, o Carioca não é parâmetro, a gente vai jogar nuns campos que não tem nem condição de praticar futebol.” E o John: “Não, mas eu não posso.
Eu falei: “John, se você fizer uma ação dessa, você tem que fazer uma ação maior, porque não é só o Luís que você tem que mandar embora, porque aí você vai estar trocando a sua equipe, porque é a gente que está te falando que não é para fazer isso.” O John falou assim: “Então me dá um dia para pensar.” Aí ele liga no dia seguinte para mim e para o Alê [Alessandro Brito, então head scout] e fala assim: “Vocês têm razão. Inclusive eu estou indo para o Brasil, vou dar uma coletiva, o Luís vai ficar, ele é meu sócio”, e aí foi aquela coletiva. E o John manteve, foi firme na convicção dele. É um cara bacana demais nesse sentido.
O Luís veio de um universo muito diferente, porque ele vem de um Shakhtar, depois um Al-Duhail, que são clubes de condição econômica enorme. E aí ele chega no Botafogo e tem aquela brincadeira que ele fala que a gente não tem campo para treinar, a gente tem um estacionamento de carro. Ele brincava assim: “Ó, hoje eu vou soltar um rocket”. “Calma, Luiz, calma que a gente vai resolvendo as coisas aqui.” Os europeus não conseguem entender como é que os clubes pecam na estrutura, que é fundamental. Então você ter um campo, e eles têm razão, é básico.
Eles [técnicos europeus] têm sempre uma comissão técnica numerosa, mas às vezes num número OK pela confiança, e de muita qualidade. O europeu se preocupa muito que seus assistentes sejam qualificados. Os assistentes do Luís, por exemplo, Severino, João Brandão, que hoje é treinador do Porto B, são caras da Uefa, com licença, caras preparados. Às vezes o treinador brasileiro deixa de escolher muita gente, ou traz só um ou outro de confiança, e isso está mudando. Isso faz muita diferença.
Reforço Wendel brilha, mas se machuca na Rússia
O volante Wendel, que chega ao Botafogo em junho, está em destaque na Europa. Ele voltou a liderar o ranking de assistências do Campeonato Russo, com 10 passes para gol.
No entanto, nem tudo foi festa. Durante a vitória do Zenit sobre o Pari NN, o jogador sentiu uma lesão muscular na coxa direita e precisou sair do jogo. Ele deve ficar de fora do restante da temporada russa, incluindo a final da Copa.
A expectativa é que ele esteja recuperado até a sua apresentação oficial no Botafogo.
Torcida da Fúria Jovem pede a saída de Renato Paiva
Mesmo com a vitória sobre o Carabobo, na Venezuela, pela Libertadores, a Fúria Jovem, principal torcida organizada do Botafogo, divulgou um manifesto pedindo a demissão de Renato Paiva.
“O momento exige mudanças. O time está muito abaixo do que se espera”, dizia o texto.
Na mesma manhã, protestos aconteceram nos muros do Estádio Nilton Santos. As pichações também criticaram John Textor, acionista majoritário do clube.
A pressão aumentou, mesmo com o resultado positivo na Libertadores.
Veja abaixo o manifesto da Fúria Jovem do Botafogo:
Chegou o momento de ser claro e honesto com todos que acompanham de perto o dia a dia do nosso clube. O desempenho recente da equipe tem sido muito abaixo do que se espera de um elenco com a qualidade e o investimento que possui, e com o clube que conquistou o Brasil e a América na temporada passada.
Infelizmente, parece que o grupo de jogadores não abraçou o trabalho do atual treinador. A falta de entrega, de sintonia e de resultados evidenciam que o comando técnico não conseguiu conquistar o elenco, nem traduzir em campo o potencial desta equipe.
Não se trata apenas de números. Falta atitude, falta alma, falta técnica, falta tática — e, acima de tudo, falta resultado. Quando o vestiário não compra a ideia do treinador, o projeto fracassa antes mesmo de amadurecer.
Por respeito à instituição, à torcida e à história que carregamos, decisões precisam ser tomadas com responsabilidade, mas também com coragem. O momento exige mudanças.
FORA RENATO PAIVA!
Seguiremos atentos, exigindo o melhor para o nosso clube.
Vitória fora de casa do Botafogo não empolga: críticas ao desempenho
O Botafogo venceu o Carabobo por 2 a 1, conquistando a primeira vitória fora de casa com Renato Paiva no comando. Mas o desempenho do time deixou muito a desejar.
O comentarista Breiller Pires, da ESPN, destacou que o adversário teve mais finalizações e que o Botafogo, mesmo com desfalques, deveria ter mostrado mais organização em campo.
“O time deu chances ao adversário, mesmo sendo tecnicamente superior. A vitória foi importante, mas o futebol apresentado foi fraco”, criticou.
O próximo compromisso é contra o Internacional, pelo Brasileirão, no Estádio Nilton Santos.
Renato Paiva fala após críticas e reforça permanência
Após os protestos e críticas, o técnico Renato Paiva falou com a imprensa. Ele valorizou o esforço dos jogadores, mas reconheceu a cobrança da torcida.
“Era fundamental ganhar aqui. Conseguimos. Os jogadores mostraram personalidade”, disse após a vitória na Venezuela.
Paiva também afirmou que não pretende deixar o clube e que está preparado para lidar com a pressão.
“Se a pressão me abalar, não posso estar aqui”, concluiu o treinador.
