Davide Ancelotti, técnico do Botafogo, concedeu uma entrevista ao jornal italiano La Gazzetta dello Sport e revelou detalhes sobre seu início no Glorioso, a influência do pai Carlo Ancelotti, atual técnico da Seleção Brasileira, e o que pensa sobre o futebol brasileiro. Em uma conversa franca, o comandante destacou o estilo agressivo e organizado que quer implantar no time, comentou sobre peças do elenco e até citou um sonho improvável: ter Toni Kroos no meio-campo alvinegro.
O Estilo Ancelotti: Agressivo, Vertical e Organizado
Aprendizado com Carlo, mas com ideias próprias
Davide não escondeu a admiração pelo pai, Carlo Ancelotti, mas fez questão de afirmar que deseja construir seu próprio caminho:
“Ele é meu modelo, não posso negar. Mas não quero ser uma cópia dele. Tenho minhas próprias ideias.”
O treinador disse estudar os métodos de grandes nomes como Guardiola e Klopp, mas revelou uma inspiração especial: o Milan de Arrigo Sacchi.
“Aquele time, há 35 anos, já fazia o que deveríamos fazer hoje: pressionar, sobrepor, atacar o adversário. Uma loucura.”
O sonho com Toni Kroos no Botafogo
Ao ser perguntado sobre qual jogador gostaria de treinar, Davide não hesitou:
“Um fenômeno que infelizmente se aposentou: Toni Kroos. Meu favorito absoluto entre todos com quem trabalhei.”
Os Desafios de Treinar o Botafogo
O peso do sobrenome
Carregar o nome Ancelotti no mundo do futebol pode ser um fardo. Davide reconheceu isso:
“É incrivelmente pesado. Sei que serei julgado, principalmente no início, por ser ‘filho do Carlo’. Mas é assim que se aprende: mergulhando no mar.”
Liderança e responsabilidade
Ao assumir o cargo de técnico principal pela primeira vez, Davide disse sentir a diferença:
“Sou o primeiro treinador agora. A responsabilidade aumentou. Liderar o Botafogo não é brincadeira.”
Apesar disso, ele agradeceu o apoio da diretoria, da comissão técnica e da torcida, que o acolheu com carinho.
A Relação com a Torcida e o Elenco
A paixão brasileira pelo futebol
Davide destacou a intensidade com que os brasileiros vivem o futebol:
“Aqui, o futebol é o centro da existência. Se o Botafogo perde, a torcida chora.”
Ele também mostrou respeito pela história do clube:
“Treino o time que era de Garrincha, Nilton Santos, Didi, Zagallo e Jairzinho. Eles são lendários.”
Um treinador que escuta
A base da relação de Ancelotti com os jogadores é o diálogo:
“Aprendi que é preciso conversar. Às vezes, é mais importante ouvir um jogador desanimado do que mandá-lo correr.”
Ele se define como um treinador tranquilo, que não gosta de levantar a voz e prefere o bom senso na hora de tomar decisões.
Avaliação do Jogo contra o Corinthians
Primeira parte dominadora, segunda abaixo
O empate em 1 a 1 com o Corinthians deixou Davide com um “gosto amargo”. O técnico acredita que o Botafogo dominou a primeira etapa:
“Nos primeiros 30 minutos fizemos um jogo muito bom, mas não conseguimos transformar em gols.”
Segundo ele, o estilo adotado é exigente fisicamente e ainda precisa ser melhor aproveitado.
Pontos a Melhorar no Botafogo
Efetividade e bolas paradas
Davide identificou a necessidade de o time ser mais eficiente nas finalizações e mais forte nas bolas paradas:
“Temos que controlar melhor essa fase. No futebol de hoje, bola parada é fundamental.”
Manter a compactação
Para o técnico, manter o time compacto ao longo do jogo é um dos grandes desafios:
“Temos que estar sempre próximos. Isso faz a diferença no futebol brasileiro.”
Ele indicou que essa será uma das prioridades para o duelo contra o Red Bull Bragantino pela Copa do Brasil.
Destaques Individuais e Opções Táticas
Montoro ganha moral
O jovem argentino Álvaro Montoro foi elogiado por Davide após boa atuação contra o Corinthians:
“Tem uma qualidade muito alta. Está em processo de evolução. Bons jogadores podem jogar em qualquer lugar.”
Savarino segue com moral
Apesar do momento ruim, o técnico manteve a confiança no venezuelano:
“É um jogador muito importante para esse elenco. Vai seguir sendo importante.”
A Leitura de Jogo de Ancelotti
Ajustes táticos durante o jogo
Davide explicou as mudanças que fez na equipe, especialmente em relação à saída de bola e à compactação defensiva:
“No primeiro tempo, conseguimos superioridade na saída com três jogadores. Depois, trocamos os laterais para pressionar mais alto.”
Segundo ele, a entrada de Cuiabano prejudicou a construção com três atrás, o que influenciou a queda de rendimento no segundo tempo.
Foco no Red Bull Bragantino
Próximo desafio pela Copa do Brasil
O Botafogo volta a campo na terça-feira contra o Bragantino, no Nilton Santos. Davide já projeta o que precisa melhorar:
“É um time intenso e organizado. Temos que manter a compactação e não cometer os mesmos erros.”
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