A busca por justiça no caso do torcedor Caio Richards, brutalmente agredido após um jogo do Botafogo, avança. A polícia do Rio de Janeiro intimou os dois irmãos apontados como responsáveis pela violência. Eles foram chamados para prestar depoimento na 24ª Delegacia de Polícia (Piedade). A investigação busca esclarecer as circunstâncias do ataque que deixou o jovem em coma.
O crime aconteceu na noite de uma quinta-feira, perto do Estádio Nilton Santos. Caio, de 24 anos, sofreu um traumatismo craniano e um hematoma no cérebro. Ele está internado em estado grave no Hospital Municipal Miguel Couto.
Agressão e a versão da família
A violência teria começado após uma discussão. Segundo a família, Caio estava com um amigo, perto do estádio, quando foi abordado. Testemunhas disseram que um dos agressores, que faz parte da mesma torcida organizada que Caio, se aproximou. Ele teria acusado Caio de ter mexido com sua namorada. A família nega a acusação e diz que está buscando imagens de câmeras para provar a inocência do rapaz.
A irmã de Caio, Sthefanie Caracoci, contou detalhes sobre o ataque. Segundo ela, as testemunhas relataram que Caio, mesmo sendo agredido, tentou evitar a briga. Ele levantou as mãos e disse que não queria confusão. "A testemunha falou que o Caio levantou as mãos, disse que não queria briga e correu para a outra calçada. Quando o Caio correu, o outro agressor deu uma 'porrada' na cabeça dele de surpresa", explicou Sthefanie.
O amigo de Caio presenciou a cena e tentou intervir. Ao chegar perto, viu o torcedor caído. O agressor teria justificado a violência: "Isso que dá olhar, ou mexer, com a mulher dos outros". A família reforça que Caio e os irmãos não eram amigos próximos, mas se conheciam de vista, já que viajavam na mesma caravana para ver os jogos do time. A família também afirma que os irmãos já têm um histórico de brigas.
A luta pela vida e a fé da família
O socorro de Caio foi demorado. A ambulância levou cerca de 40 minutos para chegar ao local, segundo o amigo. O jovem foi levado inicialmente para o Hospital Municipal Lourenço Jorge. A família soube que a pancada na cabeça tinha sido muito forte.
Depois, Caio foi transferido para o Hospital Miguel Couto. Os médicos disseram à família que não havia mais o que fazer. Mas, a fé da família e a força de Caio mostraram o contrário. "Depois de meia hora, o médico apareceu de novo e disse: 'Não sei o que vocês fizeram, mas o Caio reagiu. A gente está subindo com ele para a cirurgia agora'", contou a irmã. A cirurgia foi bem-sucedida, e Caio se manteve estável. No entanto, o estado de saúde dele ainda é grave, conforme nota da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
A família segue em uma luta dupla: a primeira pela saúde de Caio, a segunda por justiça. O registro do boletim de ocorrência foi feito na 24ª DP (Piedade). Os familiares estão colaborando com as autoridades e esperando que a investigação avance rapidamente.
A Fúria Jovem do Botafogo se manifesta
O caso teve grande repercussão. A Fúria Jovem do Botafogo, torcida da qual Caio e os suspeitos fazem parte, emitiu uma nota oficial. A torcida lamentou o ocorrido e desejou uma rápida recuperação para o torcedor.
A nota reforçou que a violência não teve a ver com rivalidade entre torcidas. A Fúria Jovem disse que o caso está sendo investigado pelas autoridades. Eles também repudiaram qualquer ato de agressão e se colocaram à disposição para ajudar no que for preciso.
Essa tragédia serve como um alerta. A violência não tem lugar no esporte. O futebol deve ser uma festa, um momento de união e paixão. O caso de Caio nos lembra que a paz deve vir sempre em primeiro lugar. A comunidade do futebol se une para dar apoio e desejar a recuperação do torcedor. É hora de refletir sobre o papel de cada um para um ambiente mais seguro e acolhedor para todos.
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