O Botafogo vive dias de tensão no Campeonato Brasileiro. Depois de um bom começo, o time carioca vê o desempenho cair. Os números preocupam a torcida e a diretoria.
A equipe, que já teve uma das melhores defesas do torneio, agora sofre muito mais gols. Além disso, as chances de terminar o campeonato no G-4 (a zona de classificação direta para a Libertadores) diminuíram bastante.
Tudo isso acontece em meio a um debate interno e na mídia: o ano do Botafogo é um sucesso ou um fracasso? A diretoria, comandada por John Textor, admite erros, mas ainda aposta no trabalho do técnico Davide Ancelotti.
Vamos mergulhar nos fatos, números e opiniões para entender o que realmente está acontecendo no time alvinegro.
O Buraco Negro na Defesa: Gols Aumentam 57%
A defesa do Botafogo, que era um ponto forte, virou uma dor de cabeça. Os dados mostram uma queda brusca de desempenho.
A Queda dos Números: De Muralha a Vulnerabilidade
Antes da chegada do técnico Davide Ancelotti, o Botafogo era uma "muralha". A equipe tinha a segunda melhor defesa do Brasileirão.
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Antes de Ancelotti: 7 gols sofridos em 11 jogos.
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Média: Apenas 0,63 gol por partida.
Com o técnico italiano no comando, os números mudaram drasticamente. A média de gols sofridos aumentou 57%.
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Com Ancelotti: 16 gols sofridos em 16 partidas.
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Média: Exatamente 1 gol por partida.
Essa piora fez o Botafogo cair no ranking das melhores defesas. O time saiu da segunda posição e agora é o quarto time menos vazado do campeonato. Está atrás de Flamengo, Cruzeiro e Palmeiras.
Muitos Desfalques Prejudicam o Trabalho
É importante lembrar que o treinador tem enfrentado muitos problemas com lesões e suspensões. Isso dificulta a montagem do time.
A situação ficou ainda pior com a lesão grave de Kaio Pantaleão. O zagueiro só deve voltar a jogar depois da Copa do Mundo de 2026. A instabilidade na escalação da defesa é um fator que, sem dúvida, pesa no aumento dos gols sofridos.
O Botafogo Perde Força na Luta pelo G-4
As últimas derrotas, como o revés para o Internacional, afetaram as chances de classificação do Botafogo. O time viu suas probabilidades de G-4 (zona de classificação direta para a Libertadores) diminuírem.
Os Matemáticos Colocam Alerta Máximo
Os cálculos de especialistas mostram que o Botafogo perdeu espaço para concorrentes diretos.
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Tristão Garcia (Infobola):
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As chances de G-4 do Glorioso caíram de 30% para apenas 23%.
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Concorrentes como Mirassol (36%) e Bahia (35%) ultrapassaram o Botafogo.
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Nas chances de G-6, que também dá vaga na Libertadores, o Botafogo tem 67%.
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Departamento de Matemática da UFMG:
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Vê o Botafogo com 58,5% de chances de vaga na Libertadores (incluindo G-6).
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Também coloca Mirassol (73,2%) e Bahia (82,4%) à frente.
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Apesar da queda, o Botafogo ainda está na quarta posição da tabela com 43 pontos. Porém, o time pode ser ultrapassado pelo Mirassol, que tem um jogo a menos e pode chegar aos 46 pontos se vencer o Fluminense.
A briga é intensa. O Botafogo precisa reagir rápido para não sair da zona de classificação e ver seus objetivos irem por água abaixo.
O Debate: Fracasso ou Milagre?
A campanha do Botafogo gerou um debate acalorado na imprensa esportiva. Afinal, com todos os problemas, o que significa estar no G-4?
Rizek e Ana Thaís em Pontos Opostos
No programa "Seleção SporTV", o apresentador André Rizek e a comentarista Ana Thaís Matos trouxeram visões diferentes.
A Visão do "Copo Cheio" (Rizek)
Rizek acredita que, apesar dos erros de planejamento, terminar o ano com uma vaga direta na Libertadores seria um grande feito e um "prêmio".
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"Terminar em quarto é um ótimo resultado, é um prêmio," disse Rizek.
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Ele defende que é um milagre estar no G-4, dada a confusão do ano.
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Para ele, a temporada serve como um "baitam aprendizado" para a SAF.
O argumento dele é: se o clube está brigando por uma vaga importante, não faz sentido a torcida "abandonar o time" ou tratar o ano como um fiasco total.
A Visão do "Copo Vazio" (Ana Thaís)
Ana Thaís discorda e vê a situação com mais criticismo. Para ela, o Botafogo tinha expectativas maiores e o planejamento foi "caótico".
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"Eu acho que é mais crítica do que ver o copo cheio, vejo um copo bem vazio," afirmou.
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Ela reforça que, para um time com o investimento do Botafogo, brigar só por vaga na Libertadores é muito pouco.
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"Não é um quarto com colocação honrosa, eu acho muito ruim," concluiu.
A discussão mostra o dilema do torcedor: valorizar a permanência no G-4 ou criticar o mau desempenho e os erros da diretoria? A verdade é que os dois lados têm razão, o que torna o momento do clube muito complexo.
O Futuro: Lições e Cultura Vencedora
A diretoria do Botafogo, sob o comando de John Textor, está tirando lições do ano. O clube busca construir uma "cultura vencedora" e tem o Palmeiras como principal exemplo a ser seguido.
Erros no Planejamento e Apoio a Ancelotti
A SAF alvinegra reconhece que cometeu erros de planejamento. O principal deles foi a troca constante de treinadores.
Por isso, a aposta agora é na continuidade do trabalho de Davide Ancelotti. Ele agrada internamente e é visto como um técnico "moderno e ofensivo". Mesmo sabendo que ele tem falhas (como a dificuldade de fazer mudanças durante os jogos), a diretoria está blindando o treinador. A ideia é dar tempo para que ele consiga implantar seu método.
A SAF também avalia que a temporada de jogadores importantes foi "para lá de irregular". Esse fator, de acordo com a direção, influenciou muito nos resultados ruins. A busca é por mais estabilidade e foco no elenco.
Vestiário e Departamento Médico em Foco
A instabilidade do time tem relação direta com os problemas no Departamento Médico (DM).
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Em 2025, o Botafogo já teve 23 jogadores lesionados.
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Os casos aumentaram muito em agosto (9 jogadores) e setembro (11 jogadores).
Esse alto número de lesões, muitas delas musculares, atrapalha demais o técnico a manter um time titular e um bom ritmo de jogo.
A boa notícia é que o clube trabalha para ter retornos importantes após a Data Fifa.
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Alex Telles e Marçal podem voltar para o clássico contra o Flamengo, no dia 15.
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Nathan Fernandes deve retornar aos gramados até o fim do mês, após cirurgia no antebraço.
A volta destes atletas é crucial para dar um gás novo ao time e ajudar o Botafogo a estabilizar a defesa.
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