A torcida do Botafogo mal teve tempo de respirar e já foi pega de surpresa. O clube, que se preparava para a sequência da temporada, virou manchete por um motivo nada agradável: uma grande briga nos bastidores. A confusão envolve o dono da SAF, John Textor, e a Eagle Football Holdings, a empresa que controla o clube.
Essa disputa já era pública, mas ganhou novos capítulos e detalhes que mostram a gravidade da situação. A briga foi parar na Justiça e, no meio de tudo isso, o Botafogo enviou uma notificação formal ao clube francês Lyon, também de Textor. O time carioca cobra um valor impressionante de mais de R$ 410 milhões!
O que está acontecendo? Por que a Eagle está processando Textor? E por que o Botafogo, que é do mesmo dono, está cobrando o Lyon? Este artigo explica, de forma simples, todos os detalhes deste grande problema que sacode as estruturas do Glorioso.
A Justiça Entra em Campo: Eagle Processa o Botafogo
A briga entre John Textor e os acionistas da Eagle Football Holdings, que já estava séria, ficou ainda mais grave. A Eagle decidiu ir para a Justiça no Rio de Janeiro. A empresa quer impedir que Textor tome decisões importantes no Botafogo sem antes consultá-la.
A ação na 2ª Vara Empresarial do Rio mostra que o controle do Botafogo está em jogo. A Eagle acusa Textor de tentar assumir o controle total do clube, usando o próprio Botafogo para isso. Segundo a empresa, Textor estaria criando uma nova companhia em um paraíso fiscal e usaria dívidas do Bota como garantia para essa manobra. A Eagle teme que, com isso, sua participação na SAF do Botafogo diminua, deixando Textor com o poder total.
Os Negócios Complicados: Venda de Jogadores Para Ajudar o Lyon
Para entender a briga, é preciso saber que John Textor é dono de outros times de futebol, como o Lyon, na França. Segundo as notícias, a briga começou a esquentar por causa de algumas decisões de Textor que, segundo a Eagle, prejudicaram o Botafogo para ajudar o time francês.
Neste cenário complexo, o Botafogo enviou uma notificação formal ao Lyon cobrando valores e multas. No documento, o clube carioca admite que negociou jogadores por preços abaixo do mercado. E o motivo? Ajudar o Lyon, que estava com problemas financeiros e proibido de contratar pela DNCG, que fiscaliza os clubes franceses.
Jogadores Vendidos Abaixo do Preço: A Versão do Botafogo
O Botafogo admite que alguns jogadores foram vendidos em condições "desfavoráveis" para ajudar o Lyon. Nomes como Luiz Henrique, Igor Jesus e Jair estavam inicialmente a caminho da França, mas, por causa dos problemas do Lyon, o Botafogo teve de vendê-los para outros clubes.
O clube carioca diz que perdeu dinheiro nessas negociações, já que os valores foram menores do que os de mercado. Além disso, a notificação revela que o meia Thiago Almada foi emprestado ao Lyon de graça e com os salários pagos pelo Botafogo, uma ajuda que custou caro ao Glorioso.
A Cobrança Milionária: De Onde Vêm os R$ 410 Milhões?
A notificação do Botafogo detalha valores que chegam a mais de R$ 410 milhões. A cobrança é uma tentativa de o clube carioca ser ressarcido pelos prejuízos que teve ao ajudar o Lyon. O Botafogo alega que as negociações de jogadores foram, na verdade, uma espécie de "empréstimo" para ajudar o clube francês a ter dinheiro.
O clube carioca agora quer que o Lyon pague o valor total das vendas de Thiago Almada e Igor Jesus na Justiça. Os valores originais, informados pelo Botafogo, são gigantes: Almada por € 27 milhões (cerca de R$ 171 milhões) e Igor Jesus por US$ 43 milhões (cerca de R$ 236 milhões).
Esses números mostram o tamanho do prejuízo que o Botafogo teria tido ao tentar ajudar o Lyon, e é por isso que o clube está cobrando os valores de volta.
O Caso Savarino: Vendido, mas Ficou no Botafogo
Um dos casos mais curiosos dessa história é o do jogador Savarino. A notificação do Botafogo ao Lyon confirma que o meia foi vendido para o clube francês em março por € 7,6 milhões (cerca de R$ 48 milhões).
No entanto, Savarino não foi para a França. Segundo a notícia, o próprio jogador, depois de conversar com a família, decidiu ficar no Rio de Janeiro. A venda, neste caso, foi uma manobra financeira para ajudar o Lyon. O Bota, por sua vez, recebeu parte do dinheiro da venda através de um fundo de investimento, mas a dívida de pagar o valor total ficou com o Lyon. O clube carioca exige que o Lyon pague essa dívida.
Veja nota oficial do Botafogo:
A SAF Botafogo esclarece que sempre valorizou a colaboração dentro do ecossistema da Eagle Football e mantém o desejo de que essa parceria siga existindo, em benefício de todos os clubes que compõem o grupo.Infelizmente, medidas adotadas por órgãos reguladores na França comprometeram o funcionamento dessa integração, resultando na interrupção dos acordos de cash pooling que vinham sendo benéficos para todas as partes. Diante deste cenário, tornou-se necessário formalizar, por vias legais, que o atual desequilíbrio financeiro entre as entidades aponta para a necessidade de reembolso à SAF Botafogo por valores anteriormente emprestados.
Além disso, algumas medidas corporativas foram adotadas, com o devido alinhamento junto ao nosso parceiro acionista, o Botafogo de Futebol e Regatas (BFR), visando permitir a entrada de novos aportes de capital no Clube, caso os reembolsos por parte da Eagle ou do Olympique Lyonnais (OL) não sejam viabilizados de imediato. Tais ações não tiveram caráter provocativo e a SAF Botafogo reconhece integralmente o direito de seu acionista majoritário de ter prioridade em qualquer oportunidade de investimento no Clube, antes que se considere a participação de investidores externos. Ressaltamos, porém, que tais investimentos não seriam necessários caso o OL consiga honrar com os reembolsos devidos.
Para fins de esclarecimento, destacamos que as ações societárias tomadas até o momento consistem apenas em autorizações legais e que não há, no presente momento, qualquer plano que vise à diluição da participação acionária do nosso sócio majoritário. Inclusive, tais medidas seriam necessárias para possibilitar que o próprio acionista majoritário realize novos investimentos.
Por fim, a SAF Botafogo reforça que qualquer eventual negociação envolvendo a venda de participação majoritária na sociedade, seja ela conduzida por John Textor ou por terceiros, deverá necessariamente passar por um processo de diálogo e negociação amigável com o atual sócio majoritário. Embora medidas judiciais e societárias possam ser interpretadas de maneira equivocada por parte da imprensa, é fundamental que nossos torcedores tenham plena ciência de que a SAF Botafogo segue tendo a Eagle Football como sua acionista controladora, e que esta, por sua vez, é majoritariamente controlada por John Textor. Reiteramos nosso compromisso para que todas as discussões envolvendo o futuro da SAF ocorram de forma transparente, responsável e respeitosa.
O Que Acontece Agora?
A situação é complicada e cheia de incertezas. A briga entre Textor e a Eagle Football está na Justiça e pode se arrastar por bastante tempo. O Botafogo, por sua vez, está tentando recuperar o dinheiro que emprestou, de forma indireta, ao Lyon.
A equipe em campo, a torcida e a diretoria aguardam os próximos capítulos. O futuro da SAF do Botafogo pode depender do resultado dessa batalha judicial, que envolve muito dinheiro e poder. O caso mostra a fragilidade das estruturas de um clube que depende de um único dono e os riscos que isso traz. O clube precisa de estabilidade para manter o bom desempenho em campo.
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