A discussão sobre o tratamento desigual da imprensa com os times de futebol do Rio de Janeiro não é nova. Muitos torcedores, principalmente de Botafogo, Fluminense e Vasco, sentem que a cobertura jornalística favorece o Flamengo. Recentemente, o jornalista André Rizek, conhecido por ser direto em suas análises, comentou o assunto. Ele falou sobre o que se chama de “Flapress”, termo usado para descrever uma suposta preferência midiática pelo time rubro-negro.
Em uma entrevista, Rizek explicou que a cobertura da mídia no Rio de Janeiro foi um choque para ele quando se mudou para a cidade. O jornalista, que chegou a admirar o Flamengo de Zico, percebeu que a imprensa usava dois pesos e duas medidas. Segundo ele, o tratamento dado ao Flamengo é “nobre”, enquanto os outros clubes recebem uma cobertura cheia de "zoeira" e "porrada".
O que o “Flapress” significa na prática?
Rizek deu exemplos claros para mostrar essa diferença. Quando o Flamengo vence a Taça Guanabara, a manchete diz “a Guanabara é do Mengão!”. Já quando o Botafogo é campeão estadual, a notícia fala que o time venceu um “Estadual esvaziado”. Essa forma de noticiar cria a impressão de que algumas conquistas têm mais valor que outras, apenas pelo time que as alcançou.
O jornalista comparou ainda como a imprensa reage a derrotas e vitórias. Quando o Vasco perde para o Real Madrid, a manchete é “vice de novo”. Mas quando o Flamengo perde para o Liverpool, a imprensa elogia: “parabéns, Flamengo, bela partida”. Para Rizek, essa é a prova de que algo está errado.
A cultura do tratamento desigual
De acordo com o jornalista, essa diferença no tratamento da mídia fez com que muitos torcedores do Flamengo se acostumassem com a ideia de que seu time merece um tratamento especial. Eles esperam que o clube seja sempre o foco das notícias e que a imprensa não elogie jogadores de outros times, por exemplo.
Rizek citou um caso em que ele elogiou Jhon Arias, do Fluminense, e logo foi questionado sobre Arrascaeta, do Flamengo. Para ele, isso mostra que não se pode elogiar nada que não seja do Flamengo. O jornalista destacou a importância de tratar todos os clubes com respeito, reconhecendo o poder da marca do Flamengo, mas sem diminuir a história e a importância de Vasco, Fluminense e Botafogo.
Briga nos bastidores do Botafogo: Textor x Eagle Football
Além de falar sobre a mídia, André Rizek também comentou sobre a complexa situação do Botafogo envolvendo John Textor e a Eagle Football Holdings. Recentemente, a relação entre o dono da SAF e a empresa, que é sua parceira, ficou tensa. A briga foi parar na Justiça, o que pode afetar o futuro do time.
Segundo Rizek, a Eagle quer ter acesso aos números do Botafogo. Eles alegam que Textor misturou as finanças do clube com as de outros times, o que eles chamam de “caixa único”. A empresa afirma que precisa entender a real situação financeira do Botafogo para saber se há dívidas e quanto o clube vale.
O risco de uma briga longa
A Eagle diz que está disposta a brigar na Justiça por anos se não tiver acesso às finanças do Botafogo. Eles têm dinheiro para isso e não pretendem desistir. O principal risco para o Botafogo, segundo Rizek, é que essa briga se arraste por muito tempo. Se isso acontecer, o clube pode ficar asfixiado financeiramente, com pouco investimento e sem poder planejar o futuro.
Rizek, que não fala com Textor há um tempo, deixou um recado para ele durante a entrevista, pedindo para que o dono do Botafogo responda suas mensagens para que ele possa ouvir o lado dele da história. O jornalista ressaltou que, para um bom repórter, é essencial ouvir todos os lados.
A paixão de John Textor pelo Botafogo
Apesar da briga, Rizek acredita na paixão de Textor pelo Botafogo. Ele revelou que o empresário já disse que via o clube como seu “carro-chefe para ganhar troféus”. O jornalista acredita que o melhor caminho para o Botafogo é que as partes cheguem a um acordo pacífico. O time, que quase deixou de existir e hoje é campeão, não merece ser prejudicado por um impasse jurídico.
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