O Botafogo está vivendo um momento que mexe com os nervos de qualquer torcedor alvinegro. Nesta quarta-feira, o time enfrenta o Ceará pelo Campeonato Brasileiro, em um jogo importantíssimo para a sequência na competição. Mas não para por aí: depois, o clube carioca terá pela frente nada menos que o Super Mundial de Clubes, onde irá enfrentar adversários de peso como PSG, Atlético de Madrid e Seattle Sounders.
O técnico português Renato Paiva tem procurado blindar o elenco sobre o Mundial, mas mostrou em entrevista coletiva uma visão clara sobre os desafios e emoções que virão nos próximos dias. Ele também analisou adversários, explicou sua estratégia para a equipe, comentou possíveis saídas de jogadores e falou sobre a evolução do time em 2025.
O Desafio do Brasileiro Antes do Super Mundial
O Foco Total em Cada Jogo
Renato Paiva foi muito claro em sua mensagem: o Campeonato Brasileiro é prioridade no momento. Para o treinador, não dá nem para pensar no Mundial antes de resolver o compromisso com o Ceará. “O Campeonato Brasileiro não permite sequer falar do tema”, destacou, mostrando respeito pela competição nacional e deixando claro que só depois do confronto é que começa a contagem para o Mundial de Clubes.
A Importância do Jogo Contra o Ceará
O duelo contra o Ceará ganha contornos decisivos. O técnico afirmou que não aceita distrações: “Não quero, nem admito e não permito que alguém do grupo comece já a pensar em Los Angeles, PSG ou Atlético de Madrid”. O objetivo é garantir mais uma vitória para dar moral ao grupo e confiança para os desafios internacionais.
Super Mundial: O Sonho e a Responsabilidade de Ser Botafogo
O Que Cabe ao Botafogo na Competição
Para Paiva, disputar o Super Mundial de Clubes é um privilégio enorme. O treinador revelou o conselho que dará aos jogadores: jogar "até a última gota de suor", entregar esforço, dignidade e honrar a camisa do Botafogo. “Depois, se ganharmos, fantástico. Se não, se eles forem melhores, parabéns. O que é inegociável é a imagem, o esforço e a responsabilidade de representar o Botafogo além fronteiras.”
Pegando Pesado: PSG, Atlético de Madrid e Seattle Sounders
PSG: Mudança de Mentalidade
Sobre o Paris Saint-Germain, Renato Paiva destacou a evolução da equipe francesa, que deixou de focar em estrelas e passou a valorizar o coletivo com a chegada do português Luís Campos e do técnico Luis Enrique. Ele comentou que o PSG agora está mais coletivo, o que aumenta o desafio para o Botafogo.
Atlético de Madrid: A Força do Coletivo
O Atlético de Madrid, segundo Paiva, é uma referência mundial em trabalho coletivo, principalmente sob comando de Simeone. O Botafogo vai encontrar um adversário compacto, unido e difícil de ser batido, algo que o treinador quer replicar em seu próprio time.
Seattle Sounders: O Elemento Surpresa
Apesar de ser menos badalado, o Seattle Sounders joga em casa e, segundo Paiva, merece respeito igual. “Quando a bola começa a rolar, são 11 contra 11”, afirmou, deixando claro que não existe jogo fácil no Mundial.
Estratégias e Polêmica dos Três Volantes
Entendendo a Escalação
Muito tem se falado sobre o Botafogo jogar com três volantes. Para Renato Paiva, há uma confusão sobre esse esquema. Os atletas podem, sim, ser volantes de origem (como Gregore, Marlon e Allan), mas exercem funções variadas dentro do campo. Ou seja, para o treinador, o importante é a versatilidade e o momento dos jogadores.
O Que Leva à Decisão
A escolha dos titulares é baseada na entrega dos jogadores nos treinos e na busca incessante por vitórias. Paiva resumiu de maneira direta: “Minha busca incansável é para que o Botafogo ganhe. Jogando bem ou mal, o que importa é vencer.”
Desafios Fora das Quatro Linhas: Saídas e Reforços
Como Lidar com Possíveis Saídas
A possibilidade de perder jogadores importantes (como Jair, Cuiabano e Igor Jesus) não apavora Renato Paiva. Ele diz que é parte natural do futebol e destaca a importância do scout (setor de análise e busca de jogadores) do Botafogo, que deve estar sempre preparado para repor peças.
O Valor da Base
Paiva também abriu espaço para atletas das categorias de base, citando o trabalho integrado com o Departamento de Futebol de Base e a ideia de levar garotos para treinar com o time principal. Isso mostra o compromisso do clube em valorizar talentos “da casa”.
Evolução no Ano: Paciência e Jogo Posicional
As Dificuldades do Início
O início de trabalho foi complicado para Paiva no Botafogo, principalmente com a implementação do modelo de jogo posicional. De acordo com o treinador, os jogadores demoraram um pouco para entender o sistema, que exige disciplina tática, mas permite liberdade dentro das funções.
O Ajuste Entre Casa e Fora
Um dos grandes desafios tem sido conquistar bons resultados fora de casa. O time ainda busca equilibrar desempenho como mandante e visitante, fator importante para subir na tabela do Brasileirão e avançar em competições como a Libertadores e a Copa do Brasil.
Análise dos Próximos Adversários: Libertadores e Copa do Brasil
Duelo Emocional Contra a LDU
O sorteio das oitavas de final da Libertadores reservou um duelo especial para Renato Paiva: enfrentar a LDU em Quito, cidade onde ele fez história quando treinou o Independiente Del Valle. O treinador lembrou da dificuldade de jogar na altitude e garantiu respeito ao campeão equatoriano.
Red Bull Bragantino na Copa do Brasil
Sobre o Bragantino, Paiva elogiou a organização do adversário e prevê uma chave difícil. Segundo ele, o time de Fernando Seabra é jovem, bem montado e vive boa fase no Brasileirão, o que promete jogos equilibrados.
Diferença Entre Brasil e Europa: O Caminho para Evoluir
O Que Falta Para Alcançar a Europa
Quando questionado sobre como diminuir a diferença entre clubes sul-americanos e europeus, Paiva foi enfático: não é a estrutura, mas sim o tempo para desenvolvimento dos jogadores. “Joga-se demais e treina-se de menos”, afirmou, alertando para a necessidade de mais dedicação ao treino individual dos atletas, principalmente os mais jovens.
Mudança de Mentalidade
O treinador destacou a importância de mudar hábitos, desde alimentação até a rotina de treinos, para atingir o nível das principais equipes da Europa. Segundo ele, talento não falta no continente, mas é necessário otimizar a evolução desses talentos.
