A reviravolta que ninguém esperava: John Textor e a presidente do Palmeiras encerram a troca de farpas. O acionista do Botafogo abre o jogo sobre polêmicas, paixão pelo clube e o futuro da SAF alvinegra.
O mundo do futebol vive de rivalidades, dentro e fora de campo. Nos últimos anos, uma das brigas mais comentadas no Brasil foi a dos bastidores, envolvendo o dono da SAF do Botafogo, John Textor, e a presidente do Palmeiras, Leila Pereira. As discussões públicas e até mesmo as ações na Justiça dominaram as manchetes em 2023 e 2024.
Mas, em 2025, o cenário mudou. De forma surpreendente, Textor e Leila fizeram as pazes. O próprio acionista do Glorioso (apelido carinhoso do Botafogo) celebrou o momento de trégua. Essa é apenas uma das muitas revelações que Textor fez recentemente, tocando em pontos cruciais como o planejamento do clube, a busca por novos treinadores e o futuro financeiro do Botafogo.
Este artigo vai destrinchar as últimas falas de John Textor, mostrando como o americano está vendo o seu papel no futebol brasileiro, sua paixão pelo Botafogo e as perspectivas para a temporada. Prepare-se para entender os bastidores, as polêmicas resolvidas e os planos para que o time continue forte e saudável.
Paz Selada: Textor e Leila Pereira Enterram as Diferenças
A rivalidade entre Botafogo e Palmeiras ganhou novos contornos fora de campo. A troca de acusações entre Textor e Leila Pereira foi intensa. No entanto, o americano revelou que a paz foi feita.
Textor comparou sua postura anterior com a de um "cachorro perseguindo um osso", ou seja, focado demais e cego para o que estava ao redor. Ele admitiu que errou e foi longe demais na briga com o Palmeiras, especialmente após aquele jogo polêmico.
"Eu fui longe demais com o Palmares por causa daquele jogo em particular. E não foi algo contra o Palmares, mas pareceu que sim. E então, no final das contas, sabe, há um momento de silêncio e o Thairo (Arruda, CEO) foi muito bom em entrar em contato com a Leila, se comunicando em meu nome e nos aproximando."
O dirigente do Botafogo fez questão de se desculpar e ser humilde. Ele contou que o encontro decisivo para a paz aconteceu em um momento de muita tensão: durante o Mundial de Clubes de 2025, na derrota do Botafogo por 1 a 0 para o Palmeiras.
Eles estavam na mesma cabine e, mesmo antes do gol palmeirense, já estavam conversando. Textor disse que, no meio da tensão do jogo, eles se olharam, sorriram e se cumprimentaram. No fim, houve um "grande abraço" que selou a trégua. A história mostra que, no fim, as pessoas continuam sendo seres humanos, mesmo nas posições de maior poder no esporte.
Uma Paixão Chamada Botafogo: Textor e o Sentimento Alvinegro
John Textor não é apenas um investidor. Ele fala sobre o Botafogo com um sentimento que, segundo ele, é muito diferente do que sente pelos outros clubes da Eagle Football (França, Inglaterra e Bélgica). Ele conta que demorou a entender a grandeza espiritual do clube.
A Revelação no Jogo Contra o Fortaleza
A virada de chave para Textor foi no jogo contra o Fortaleza, pelo Campeonato Brasileiro de 2022. Naquela noite, ele sentiu que tinha sido escolhido para estar no Brasil. A paixão do povo, o potencial da Lei da SAF e a dimensão do Botafogo se uniram.
"Foi aí que me dei conta de que estava em algo muito mais especial e que exigia mais do meu esforço e do meu coração."
O acionista do Botafogo diz que não sabia, por exemplo, que tantos torcedores de outros times tinham pais botafoguenses. Ele reconheceu a rica história do clube, que vai além de craques como Garrincha. Esse reconhecimento fez com que ele percebesse que seu trabalho no clube ia muito além de negócios.
'Deus Me Escolheu' e a Lição do Passado
Textor até usou uma citação forte, dizendo que "Deus me escolheu por um motivo para estar no Botafogo". Para ele, a experiência de um fracasso empresarial em 2012 o preparou para as críticas e a pressão que enfrentaria no Brasil.
O empresário passou por momentos humilhantes no passado. Ele aprendeu a diferença entre reputação (o que as pessoas pensam que ele é) e caráter (quem ele realmente é). Essa "casca grossa" o ajudou a não se importar com o que dizem sobre ele, se não for baseado em fatos. Essa força o blindou para enfrentar os desafios do futebol brasileiro, um ambiente conhecido pela paixão intensa e pelas críticas rápidas.
O Fardo dos Títulos: Desmotivação e Dificuldade com Treinadores
A temporada seguinte a títulos grandes é sempre um desafio. Na visão de John Textor, os títulos do Campeonato Brasileiro e da Libertadores de 2024 (na cronologia do texto fornecido) criaram um problema de desmobilização no elenco do Botafogo.
A Queda de Motivação do Elenco
Textor notou uma queda na motivação e na energia dos jogadores. Ele citou dados de corrida:
"Eles estão correndo a um nível de 85% do que estavam correndo apenas um ano antes, quando ganhamos o campeonato. A motivação de todos caiu."
Muitos jogadores que se destacaram querem sair. O motivo é justo: buscar um último grande contrato na Europa ou em ligas como a do Catar. Eles sentem que já deram o máximo pelo Botafogo e agora precisam "cuidar da minha família". Essa é uma realidade do futebol moderno que as diretorias precisam enfrentar.
O "Furo" no Planejamento: A Saída de Artur Jorge
A busca por um novo treinador em 2025 foi um grande problema. Textor negou que houve falta de planejamento e colocou a turbulência na conta de Artur Jorge. O português deixou o clube rumo ao Al-Rayyan em janeiro, e, segundo Textor, isso não foi planejado, pois o técnico "explodiu sua vida pessoal" e decidiu sair. A saída inesperada criou uma crise.
Com a saída de Jorge, Textor revelou que procurou grandes nomes do futebol mundial, mas não conseguiu fechar com ninguém:
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Tite
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Tata Martino
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Rafa Benítez
Textor admitiu que "ninguém queria o cargo", pois, em suas palavras, um trabalho em um clube que acabou de vencer o país e a Libertadores é de alto risco. O técnico André Jardine foi sua primeira escolha e até aceitou o cargo, mas o dono do seu clube no México apareceu com uma oferta irrecusável e Jardine voltou atrás.
Saúde Financeira e a Disputa da SAF: O Futuro do Botafogo
Outra grande área de preocupação dos torcedores é a situação financeira e societária do Botafogo. John Textor buscou acalmar os ânimos, garantindo que o clube está saudável e crescendo.
Botafogo com 'Saúde de Ferro'
Textor afirmou que o Botafogo teve um bom desempenho financeiro sob a SAF. A receita do clube cresceu de US$ 20 milhões em 2022 para algo entre US$ 200 milhões e US$ 240 milhões em 2025. O lucro operacional também é "muito, muito alto".
"Ninguém precisa se preocupar com a gente pagando as contas do Botafogo, porque a Eagle ainda é dona de 90%."
O dirigente americano explicou que a confusão sobre a criação de uma empresa nas Ilhas Cayman foi um mal-entendido enorme. Essa empresa, a Eagle Football Group, foi criada para consolidar todos os interesses da Eagle em uma única entidade para uma futura oferta pública de ações (IPO) na Bolsa de Valores de Nova York. A ideia era ter novos instrumentos para levantar fundos para o Botafogo de forma independente.
A Disputa Societária e a Eagle Football
O grande nó é a disputa entre acionistas da Eagle Football Holdings, o grupo de Textor. Ele não descartou a separação da Eagle e a compra do Botafogo com outros sócios (o "cenário de divórcio"), mas também gosta da ideia de manter o Botafogo no ecossistema multiclubes da Eagle.
Textor revelou que o modelo multiclubes funciona muito bem, pois permite ao Botafogo prometer uma "passagem para a Europa" para jogadores de destaque, como Thiago Almada, Lucas Perri, Luiz Henrique e Adryelson. Isso ajuda o clube a atrair talentos.
Ainda não há uma definição clara sobre se o Botafogo ficará ou sairá da Eagle, mas Textor tem recebido propostas de capital tanto para manter a união quanto para a separação.
Ele também comemorou uma "vitória política" recente com a saída de dois diretores da Eagle Football, o que aumenta a influência dos seus aliados no grupo. Além disso, o principal credor da Eagle, o grupo Ares, adiou a cobrança de uma dívida de Textor pela compra do Lyon, dando um fôlego financeiro ao grupo.
Da Lesão à Seleção: A História do Goleiro John
Em meio às notícias de bastidores e finanças, uma história de campo também ganhou destaque. O goleiro John, ex-Botafogo e atualmente no Nottingham Forest, da Inglaterra, foi convocado para a Seleção Brasileira.
A 'Tropa do Botafogo' de Ancelotti
John revelou um papo descontraído com o técnico da Seleção, Carlo Ancelotti. Ao lado de outros ex-Botafogo, como Vitinho, Luiz Henrique e Igor Jesus, Ancelotti brincou chamando o grupo de "a tropa do Botafogo". Um reconhecimento do trabalho feito pelo clube.
O goleiro contou que a convocação foi uma surpresa, mas que ele esperava por ela desde o tempo em que estava no Botafogo.
O Ponto de Virada no Botafogo
John creditou o Botafogo como o "ponto de virada" de sua carreira. Ele teve uma lesão logo no início de sua passagem pelo clube, ficando meses parado. Esse tempo o fez refletir:
"Ali eu comecei a me questionar, a começar a me fazer perguntas de que nível que eu queria ser, onde que eu queria estar. E aí eu acabei começando a trabalhar mais, começando a me dedicar mais..."
A lesão, que parecia um obstáculo, se tornou o gatilho para uma nova fase de dedicação, o que o levou à Premier League e, finalmente, à Seleção Brasileira.
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