Depois de 17 anos, a ex-assistente de arbitragem Ana Paula Oliveira finalmente admitiu um erro crítico durante a partida entre Botafogo e Figueirense, pela semifinal da Copa do Brasil de 2007. Em uma entrevista ao podcast “MunDu Meneses”, da ESPN Brasil, Ana Paula revelou os detalhes sobre os dois gols do Botafogo que foram mal anulados. Apesar de reconhecer um dos erros, ela ainda se defende em relação ao outro lance.
O Contexto do Jogo
Em 2007, Ana Paula já havia apitado jogos importantes, incluindo a final da Copa do Brasil entre Vasco e Flamengo no ano anterior. Contudo, a partida entre Botafogo e Figueirense marcou sua carreira de forma negativa. O Botafogo havia perdido por 2 a 0 no jogo de ida e precisava de uma vitória convincente para avançar. Ana Paula, junto com Sálvio Spínola e Ednilson Corona, estava escalada para a partida decisiva.
O Erro Milimétrico
Ana Paula admite que um dos gols do Botafogo foi anulado por um erro minúsculo, de apenas dez centímetros. Ela explicou que a falta de tecnologia, como o VAR, contribuiu para o equívoco. “Foi milimétrico, de dez centímetros. Imagina o que são dez centímetros a olho nu, só com uso da ferramenta VAR”, declarou Ana Paula.
A Polêmica do Segundo Gol
O segundo gol anulado gerou ainda mais controvérsia. Segundo Ana Paula, Dodô, jogador do Botafogo, estava em posição irregular e interferiu na jogada, assustando o goleiro do Figueirense. Essa interferência, segundo a regra, justificou o impedimento. No entanto, a decisão gerou uma onda de críticas e ofensas da torcida botafoguense.
As Críticas e Consequências
Carlos Augusto Montenegro, então dirigente do Botafogo, fez duras críticas a Ana Paula, insinuando que ela não estava apta para a função por ser mulher e, de forma sexista, associou seu desempenho ao ciclo menstrual. Meses depois, ela perdeu seu escudo internacional e foi removida do quadro nacional de arbitragem.
A Carreira Pós-Arbitragem
Atualmente, Ana Paula Oliveira atua como palestrante e comentarista da RedeTV. No entanto, ela enfrentou outro golpe em sua carreira quando foi demitida da presidência da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF) em 2023 e retirada do cargo de instrutora da Fifa em 2024. Ela acredita que essas decisões foram influenciadas por questões políticas e de poder.
Reflexões Finais
Ana Paula reflete sobre os altos e baixos de sua carreira, reconhecendo que as adversidades a fizeram crescer como pessoa. “Tenho aprendido diariamente com o futebol, altos e baixos, agradeço as adversidades, me fazem crescer como pessoa”, concluiu. Ela continua a lidar com as consequências de suas decisões passadas, mas mantém uma postura resiliente e otimista.
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Por Thiago Guedes
