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John Textor em meio à crise judicial entre Botafogo, Eagle Football e Ares Management.
Textor enfrenta batalha judicial com investidores da Eagle Football. Entenda os bastidores, o impacto no time e o futuro incerto da SAF.
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Textor enfrenta batalha judicial com investidores da Eagle Football. Entenda os bastidores, o impacto no time e o futuro incerto da SAF.

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Entenda a Crise Financeira e Judicial que Ameaça o Futuro da SAF Alvinegra

Data Publicação:06/08/2025
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O universo do futebol nem sempre é feito apenas de gols e vitórias. Nos bastidores, as disputas financeiras e jurídicas podem ser tão intensas quanto um clássico. E é exatamente isso que acontece no Botafogo. O clube, que vive um momento de glória nos gramados, enfrenta uma crise sem precedentes nos gabinetes, com seu principal investidor, John Textor, em uma batalha de poder com a Eagle Football Holdings e seus credores. O que está em jogo é o controle da SAF e, consequentemente, o futuro de um projeto que resgatou o time da beira do abismo.

A situação é complexa e cheia de detalhes técnicos, mas a essência é simples. Textor, o homem que prometeu colocar o Botafogo no topo, está sendo acusado de não pagar suas dívidas com os investidores que financiaram grande parte de seus projetos, incluindo a compra do próprio Lyon, na França. Essa briga, que começou na Europa, respinga diretamente no Rio de Janeiro, levantando sérias dúvidas sobre a estabilidade financeira e a continuidade do planejamento esportivo do Glorioso.

Para ajudar a entender essa trama, conversamos com especialistas e jornalistas que estão acompanhando de perto o caso. As opiniões são variadas, mas uma coisa é certa: a situação é grave e exige atenção. Prepare-se para desvendar os fatos por trás da maior crise dos últimos anos no futebol alvinegro.

A Trama Financeira: O "Modus Operandi" de John Textor

O jornalista e comentarista Danilo Lavieri, durante uma live no UOL, foi direto ao ponto ao descrever a forma como John Textor opera no mundo dos negócios. Segundo ele, o empresário norte-americano tem um jeito de agir que se repete: "pega dinheiro de outras pessoas, de acionistas, de investidores, e não paga". Lavieri usou um exemplo do futebol para ilustrar: a compra e venda do jogador Almada, onde o clube original ainda não teria recebido o pagamento. Essa forma de se "alavancar" com o dinheiro dos outros, segundo o jornalista, é a chave para entender a crise atual.

A principal parte dessa história envolve a Ares Management, um fundo de investimentos gigantesco dos Estados Unidos. Conforme revelado em um áudio vazado do ex-presidente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, a Ares, com um patrimônio de US$ 500 bilhões, destinou uma parte considerável para investir em esportes. Textor conseguiu se aproximar e pegou US$ 450 milhões para a Eagle Football Holdings, com o objetivo principal de comprar o Lyon. Como garantia, a Ares recebeu todos os ativos da Eagle, incluindo os contratos de TV e as ações de Textor.

Montenegro detalhou que o empréstimo tinha juros mais altos que o normal e que Textor não conseguiu pagar a dívida. Mesmo vendendo o Crystal Palace, a dívida ainda seria de mais de US$ 350 milhões, ou cerca de R$ 1,9 bilhão. Por conta disso, a Ares teria executado as ações que foram dadas como garantia, e Textor perdeu o controle. A partir daí, a batalha se intensificou. O empresário está tentando sair da Eagle para ficar apenas com o Botafogo, mas precisa de dinheiro para isso, algo que, segundo Montenegro, ele não tem como pessoa física. A Ares, por sua vez, não estaria disposta a negociar com ele.

A Reação da Torcida e as Acusações de Lavieri

Danilo Lavieri também comentou sobre a postura populista de Textor, que frequentemente ataca jornalistas nas redes sociais. Para Lavieri, o empresário sabe que a torcida do Botafogo está feliz com os resultados recentes e o defende cegamente, sem se aprofundar nos fatos. "O torcedor do Botafogo está nas nuvens. O torcedor do Botafogo há cinco anos estava achando que o time ia fechar, que não ia mais existir. E de repente foi campeão brasileiro, campeão da Libertadores e está de novo brigando", disse o comentarista, ressaltando que, para muitos, Textor é visto como o salvador do clube. No entanto, Lavieri alerta: "o tempo é o senhor da razão" e a verdade sobre os negócios do empresário virá à tona.

A Disputa é Diferente: O Olhar de Rodrigo Capelo

O especialista em negócios do esporte, Rodrigo Capelo, pediu cautela aos torcedores na hora de "comprar um lado" da briga. Em sua análise, ele ressaltou que a situação do Botafogo é diferente da crise do Vasco com a 777 Partners. Enquanto no Vasco o clube associativo foi à justiça para retomar o controle da SAF, no Botafogo a briga é estritamente empresarial, entre os sócios da Eagle Football Holdings. "Eu esperaria mais, antes de comprar um lado, porque faltam fatos", escreveu Capelo em seu artigo no O Globo.

A disputa, no entanto, levanta questões importantes sobre a gestão. A ação judicial de Textor, apoiado por um escritório de advocacia que também atua para o Vasco, cobra o ressarcimento de R$ 146 milhões ao Botafogo. Esse valor se refere a transferências de jogadores e repasses de direitos econômicos que teriam sido feitos para ajudar o Lyon a equilibrar suas finanças. Capelo se questiona: "por que diabos o Botafogo fez favores tão caros ao Lyon?". A falta de transparência da SAF do Botafogo, que não publica balanços financeiros, torna impossível para o torcedor e para o clube associativo saberem se o clube tinha condições de fazer esses "favores" à equipe francesa. A crise do Lyon, que segundo Capelo está "quebrado", torna a situação ainda mais delicada.

O jornalista resumiu a situação ao afirmar que, do seu ponto de vista, não dá para ter uma opinião favorável a nenhum dos lados. "Eles são brancos, eles que se virem", concluiu, reiterando que a torcida, no entanto, é compreensivelmente favorável a Textor devido aos resultados em campo.

Impacto no Campo e no Planejamento do Time

Se a crise jurídica e financeira é complexa, as consequências no planejamento do Botafogo parecem ser mais claras. O comentarista Carlos Eduardo Lino, do Seleção SporTV, fez duras críticas à gestão do clube. A situação de ter que escolher apenas cinco reforços de uma lista de oito para a fase final da Libertadores mostra, na sua visão, um planejamento "todo errado". "A programação podia ter sido um pouquinho mais ajustada. Não era para estar agora fazendo uma reforma desse tamanho no elenco do Botafogo", disse Lino.

Ele comparou a gestão alvinegra a uma celebração fora de tempo: "O Botafogo estoura champanhe em março e joga serpentina em junho, cara! Está todo errado". A fala resume a sensação de que o clube tem agido de forma tardia em momentos cruciais da temporada. Apesar disso, André Rizek, apresentador do programa, ponderou que essa estratégia de se reforçar na janela de transferências do meio do ano já deu certo no passado recente, resultando em títulos. No entanto, a incerteza jurídica atual coloca um ponto de interrogação sobre o futuro. O que a gente sabe é que "o Textor compra a prazo e vende à vista", o que ajuda a manter o elenco forte no presente, mas deixa o futuro em aberto.

A Preocupação com o Vestiário e o Operacional

Além do planejamento, há a preocupação de que a crise possa afetar o dia a dia do clube e a performance dos jogadores. Lucas Prata Fortes, conhecido como Caju, comentou no Redação SporTV que a principal questão a curto prazo é se esse "imbroglio" vai "afetar o operacional e chegar ao vestiário". O operacional se refere a questões como salários, investimentos em CT e na estrutura do clube, que nos últimos anos ajudaram a colocar o Botafogo em um novo patamar.

A preocupação de Caju é legítima. Uma batalha judicial dessa magnitude, envolvendo quantias bilionárias e o controle da SAF, pode criar um ambiente de incerteza que se reflete no desempenho em campo. Além disso, a falta de clareza sobre quem irá financiar os investimentos futuros é um grande ponto de interrogação. A Ares, caso assuma o controle, pode ter uma visão de negócios diferente da de Textor, com foco em austeridade, o que poderia impactar a competitividade do elenco. A situação é tão complexa que, segundo Caju, vai exigir paciência do torcedor, pois a solução pode demorar.

A Blindagem do Vestiário e o Papel de Davide Ancelotti

Diante de todo esse noticiário tumultuado, a figura do técnico Davide Ancelotti tem se mostrado fundamental para o Botafogo. O repórter Sergio Santana, do GE, relatou no programa Tá na Área que o treinador tem feito um "trabalho muito grande de blindar o vestiário". Apesar de os jogadores, obviamente, terem acesso às notícias, a comissão técnica se esforça para garantir que a situação externa não afete o dia a dia de treinos e jogos.

Sergio Santana confirmou que, por enquanto, a crise não impactou questões básicas como salários e premiações, que estão em dia. No entanto, a incerteza paira sobre investimentos maiores. Embora Textor continue à frente do futebol do Botafogo, qualquer contratação de peso, que dependa de um auxílio financeiro da Eagle, precisaria da aprovação dos conselheiros, ou seja, dos credores. A aquisição de jogadores sem custos, como o caso de Neto, pode prosseguir sem problemas, mas o futuro do clube em termos de grandes investimentos está em cheque. O papel de Ancelotti, que tem sua primeira experiência como técnico principal, é ainda mais desafiador com essa "bomba nas mãos".

O Que Esperar do Futuro?

A crise entre John Textor, Eagle Football Holdings e a Ares Management é um teste de fogo para o Botafogo. Em um momento de sucesso esportivo, o clube se vê em uma encruzilhada que pode definir seu futuro de forma drástica. Se, por um lado, o projeto da SAF trouxe o time de volta à elite do futebol, por outro, a complexa teia de dívidas e ações judiciais de seu principal acionista coloca tudo em risco. O que está claro é que essa não é uma briga simples, de mocinhos contra vilões, e sim uma disputa empresarial com muitas camadas. O torcedor precisa ter paciência e entender que a solução pode demorar, com batalhas jurídicas acontecendo tanto no Brasil quanto no exterior.

A grande questão a ser respondida é: quem vai financiar os próximos passos do Botafogo? A Ares tem interesse em manter a competitividade do clube ou irá buscar uma gestão mais austera? E John Textor, com seu "modus operandi", conseguirá se manter à frente? O clube associativo, que hoje apoia o empresário, terá que lidar com as consequências dessa decisão. As próximas semanas serão decisivas para sabermos se a tempestade irá passar e o Botafogo continuará no caminho de glórias, ou se os problemas fora de campo irão, de fato, se refletir em uma mudança de rota no projeto que parecia tão promissor. É o momento de ficar de olho nos bastidores, tão importantes quanto o resultado final do jogo.

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Por Thiago Guedes

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