O jogo começou com o Botafogo dominando as ações. O time, motivado pela torcida, impôs seu ritmo e construiu uma vantagem de 3 a 0. A equipe se movimentava bem, trocava passes com eficiência e atacava a defesa do Mirassol com perigo. A torcida celebrava a atuação consistente e a goleada parecia questão de tempo.
No entanto, o cenário mudou completamente no segundo tempo. A equipe perdeu o brilho, a posse de bola não era mais tão precisa e a movimentação ofensiva diminuiu. O Mirassol, por sua vez, aproveitou a queda de ritmo do Botafogo e foi para o ataque, buscando o resultado. O que era uma vitória certa se transformou em um empate doloroso.
O Que Aconteceu no Intervalo? A Troca que Gerou Dúvidas
Uma das grandes questões levantadas pelos torcedores e pela imprensa foi a substituição do volante Danilo no intervalo. Ele foi trocado por Newton, o que mudou a dinâmica do meio-campo. O técnico Davide Ancelotti explicou que Danilo sentiu um incômodo muscular e pediu para sair, e que a substituição não foi uma escolha técnica.
"Danilo sentiu um pouco o pequeno problema que continua com ele, ele pediu a substituição no intervalo. Ele não tem lesão, está um pouco sobrecarregado, então temos que preservá-lo", explicou o treinador.
Danilo já tinha sentido o mesmo problema nos treinos da Data Fifa, o que o impediu de jogar contra o Vasco. Mesmo assim, ele foi titular contra o Mirassol, jogou os 90 minutos, e depois sentiu o problema novamente.
Marlon Freitas, o capitão do time, defendeu o companheiro e a decisão do técnico. Ele afirmou que o problema não foi a substituição em si, mas a mudança de postura de toda a equipe. "Não tem nada a ver com a substituição, temos que tirar isso. Newton vem jogando vários jogos, é um grande jogador, nos ajudou muito. A diferença foi a postura", disse o volante.
Marlon Freitas Assume a Responsabilidade e Pede Apoio da Torcida
Após o jogo, Marlon Freitas não escondeu a frustração. O capitão classificou o resultado como "inadmissível" e assumiu a responsabilidade pelo empate em nome de todo o elenco. Ele destacou que a equipe perdeu a coragem e a movimentação que demonstraram no primeiro tempo.
"Agora é levantar a cabeça, temos um jogo difícil aqui já no sábado. Precisamos trazer o torcedor para o nosso lado. Sabemos da indignação do torcedor. É inadmissível fazer um placar de 3 a 0 e tomar o empate", afirmou.
Apesar da irritação da torcida, Marlon também defendeu o técnico Davide Ancelotti, que foi alvo de xingamentos. "Pressão qualquer treinador que vier aqui vai ter, por tudo que foi feito ano passado. Não só o treinador, mas os jogadores também. Pressão sempre vai existir. Estamos nos entregando, nos empenhando, mas precisamos converter o desempenho em resultado, e não é o que está acontecendo", completou.
A Polêmica da Arbitragem: Pênaltis Não Marcados e Erros Bizarros
Além do desempenho ruim no segundo tempo, o Botafogo também teve motivos para reclamar da arbitragem. O comentarista de arbitragem Paulo Cesar Oliveira, da TV Globo, criticou a atuação do juiz Bruno Pereira Vasconcelos e do VAR Emerson de Almeida Ferreira. Segundo ele, o Botafogo foi prejudicado e deveria ter tido dois pênaltis marcados.
O primeiro lance aconteceu ainda no início do jogo. O atacante Chris Ramos foi derrubado dentro da área. O árbitro não marcou nada e o VAR não recomendou a revisão. PC Oliveira considerou o lance um "pênalti muito, muito, muito claro" e um "erro absurdo".
O segundo pênalti não marcado foi no segundo tempo, quando Alexander Barboza sofreu um pisão dentro da área. Apesar de ser um lance mais difícil de ver em campo, o VAR tinha a obrigação de intervir. O comentarista também criticou a decisão do VAR em perder tempo para revisar um lance de possível pênalti para o Mirassol que já estava em impedimento, o que ele classificou como um "erro primário".
Erro de Escala: A Crítica de PC Oliveira à CBF
PC Oliveira não poupou críticas à CBF, afirmando que a comissão de arbitragem cometeu um erro grave ao escalar árbitros com pouca experiência na Série A para uma partida tão importante. O árbitro principal, Bruno Vasconcelos, estava em sua quarta partida na competição, enquanto o VAR Emerson de Almeida Ferreira estava em sua quinta. A falta de rodagem dos profissionais pode ter contribuído para os erros graves.
O resultado do jogo, com a virada do Mirassol, pode ter sido influenciado por fatores como o cansaço dos jogadores e as decisões da arbitragem. No entanto, o capitão Marlon Freitas deixou claro que a responsabilidade principal é do elenco, que perdeu a intensidade após o intervalo. Agora, o time precisa virar a página e buscar a vitória no próximo jogo, contra o Atlético-MG, para recuperar a confiança da torcida.
