Nos últimos dias, o debate sobre o uso de gramado sintético no futebol brasileiro ganhou mais destaque. Isso porque vários atletas veteranos, como Neymar, Thiago Silva, Philippe Coutinho e Gabriel Barbosa, manifestaram publicamente sua insatisfação com esse tipo de campo. Eles alegam que o gramado sintético pode ser prejudicial à saúde e à carreira dos jogadores. No entanto, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, não só respondeu a essas críticas, mas também fez um duro pronunciamento. Segundo ela, os jogadores que mais reclamam deveriam já ter se aposentado, ao invés de insistir em um manifesto sem comprovação científica.
Leila Pereira, que participou recentemente de uma reunião do Conselho Técnico da Série A, se posicionou firmemente a favor do gramado sintético. Ela defendeu a ideia de que, no contexto brasileiro, é preferível ter campos sintéticos de alta qualidade do que jogar em gramados naturais danificados.
O Que é o Gramado Sintético e Por Que Ele Tem Gerado Controvérsia?
O gramado sintético, como o próprio nome diz, é um tipo de campo feito com materiais artificiais, como fibras de plástico, que imitam a grama natural. Ele é utilizado em várias ligas e campeonatos ao redor do mundo, incluindo no Brasil. Embora a Fifa permita o uso desse tipo de gramado, sua adoção no país tem sido alvo de debates, especialmente entre os jogadores mais experientes, que argumentam que o sintético pode causar lesões e acelerar o fim da carreira dos atletas.
Esses protestos ganharam força no início de 2025, quando um grupo de jogadores de renome se uniu para pedir a proibição do uso de campos sintéticos em competições de alto nível. A principal preocupação deles é que a falta de maciez no campo sintético pode sobrecarregar as articulações e aumentar o risco de lesões, especialmente em jogadores mais velhos.
Porém, Leila Pereira, presidente do Palmeiras e um dos principais clubes que utiliza gramado sintético, tem uma visão diferente. Ela acredita que essa reclamação é infundada e que muitos desses jogadores já deveriam ter dado espaço para a nova geração, ao invés de se concentrar no tipo de campo utilizado.
A Resposta de Leila Pereira: "Os Jogadores Já Deveriam Ter Parado de Jogar"
A presidente do Palmeiras não hesitou em expressar sua opinião sobre as críticas de Neymar, Thiago Silva e outros jogadores. Em uma declaração após a reunião do Conselho Técnico da Série A, Leila afirmou que os atletas que mais se manifestam contra o uso do gramado sintético são, em sua maioria, jogadores veteranos. Ela sugeriu que muitos desses jogadores já deveriam ter se aposentado, ao invés de protestar contra a condição dos campos.
Leila também questionou a falta de comprovação científica das alegações de que o gramado sintético seria prejudicial para a saúde dos jogadores. Para ela, o que realmente importa é a qualidade do campo, independentemente de ser natural ou sintético. Ela ressaltou que no Brasil, a situação dos gramados é muito pior em comparação com outros lugares do mundo. Muitos campos naturais no país estão em péssimas condições, com buracos e áreas irregulares, o que representa um risco muito maior para os atletas.
A Visão da CBF e o Debate Sobre a Qualidade dos Campos no Brasil
Além das declarações de Leila Pereira, a Comissão Médica da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) apresentou um estudo que analisa a diferença entre os gramados naturais e os sintéticos. De acordo com a pesquisa, não há evidências científicas concretas que provem que o gramado sintético cause danos aos jogadores. Esse estudo, embora ainda em fase inicial, foi discutido na reunião do Conselho Técnico da Série A, que contou com representantes de diversos clubes importantes do futebol brasileiro.
Durante a reunião, Leila fez questão de destacar que o problema do futebol brasileiro não é o uso do gramado sintético, mas sim a qualidade dos campos em geral. Ela criticou os gramados naturais que são encontrados em muitas partes do Brasil, chamando-os de "horrorosos" e cheios de buracos. Para ela, é melhor jogar em um campo sintético de alta qualidade, homologado pela Fifa, do que em um gramado natural em péssimas condições, que pode aumentar o risco de lesões.
Leila também mencionou que a CBF está criando comitês para estudar as melhores práticas em relação à qualidade dos campos no Brasil. Isso inclui não apenas o uso do gramado sintético, mas também uma revisão mais ampla da manutenção e conservação dos gramados naturais. Esse comitê será responsável por buscar soluções que atendam a todas as partes envolvidas, garantindo a segurança dos jogadores e a qualidade do espetáculo.
A Importância de Investir em Campos de Qualidade para o Futebol Brasileiro
O futebol brasileiro é conhecido mundialmente por sua habilidade técnica e estilo de jogo encantador. No entanto, uma das grandes dificuldades do esporte no Brasil tem sido a infraestrutura. Muitos estádios e campos de treinamento não possuem a qualidade necessária para atender aos padrões exigidos pelos atletas. O Brasil enfrenta sérios problemas com gramados irregulares, que muitas vezes dificultam a prática do esporte e aumentam o risco de lesões.
Investir em campos de qualidade, seja sintético ou natural, é fundamental para melhorar a segurança dos jogadores e o nível do futebol no país. Além disso, essa melhoria também pode contribuir para a valorização do espetáculo, atraindo mais público e patrocinadores, o que fortaleceria o esporte em termos financeiros.
Portanto, a discussão sobre o uso do gramado sintético vai muito além de uma simples preferência por um tipo de campo. Trata-se de garantir melhores condições para os jogadores e, ao mesmo tempo, melhorar a infraestrutura do futebol brasileiro como um todo.
