O Botafogo viveu momentos inesquecíveis em 2024. Após anos de reconstrução, o clube conquistou os títulos da Libertadores e do Campeonato Brasileiro, enchendo de orgulho os torcedores do Glorioso. Mas um nome que participou do início desse projeto, Luís Castro, surpreendeu em uma entrevista recente. Mesmo tendo dado os primeiros passos na era SAF com John Textor, o treinador disse que não se sente parte direta dessas vitórias.
Essa declaração sincera e humilde chamou a atenção no mundo do futebol e mostra como o sucesso é fruto de um trabalho coletivo.
A Era SAF e o Início com Luís Castro
O início da reconstrução
Em 2022, o empresário norte-americano John Textor assumiu a SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Botafogo. Um dos seus primeiros atos foi trazer Luís Castro como treinador. A ideia era clara: montar um time competitivo, com base sólida, e construir uma nova fase para o clube.
Na época, o clube passou por uma série de mudanças. Chegaram novos jogadores, a estrutura do futebol foi reforçada e o ambiente dentro e fora de campo começou a mudar.
O trabalho de base
Mesmo sem títulos naquele início, Luís Castro teve papel importante na construção da nova identidade do clube. Ele ajudou a montar a base do elenco e colocou o Botafogo nos trilhos para disputar títulos grandes no futuro. Em 2023, o time chegou a liderar o Brasileirão por várias rodadas, antes de perder fôlego e ver o treinador aceitar uma proposta do Al-Nassr, da Arábia Saudita.
As Conquistas de 2024: Libertadores e Brasileirão
O comando de Artur Jorge
Depois da saída de Castro, quem assumiu foi o português Artur Jorge. Com um estilo diferente, mas mantendo o espírito da SAF, ele levou o Botafogo aos maiores títulos da sua história recente. O time jogou com organização, raça e qualidade, e conquistou a América e o Brasil em um mesmo ano.
O papel dos jogadores e da torcida
O elenco montado ao longo dos anos, com reforços pontuais e promessas da base, mostrou maturidade. Nomes como Tiquinho Soares, Eduardo, Marlon Freitas e o goleiro Lucas Perri se destacaram. Mas o que realmente fez a diferença foi a torcida alvinegra, que abraçou o time mesmo nos momentos difíceis.
Luís Castro Fala Sobre o Botafogo Campeão
"Não tem nada de mim", diz o ex-treinador
Em entrevista ao podcast Toca e Passa, do jornal O Globo, Luís Castro fez questão de afastar os holofotes de si. Para ele, os méritos são totalmente de quem estava no clube em 2024.
“Não tem nada de Luís. Tem muito de Artur Jorge. Tem muito de John Textor, da administração. Tem muito da torcida, que foi incansável no apoio. Tem muito dos jogadores. Tem muito de toda essa gente que trabalhou nessa época para o Botafogo atingir aquilo que atingiu.”
Com essa fala, ele mostrou respeito ao trabalho feito após sua saída e reconheceu que o futebol é um projeto coletivo, com várias mãos envolvidas.
As vaias e o respeito pelo “coração do estádio”
Durante sua passagem, Castro enfrentou vaias da torcida, principalmente após derrotas dolorosas. Hoje, ele diz entender essas reações:
“Eu respeito muito o coração do estádio. O coração do estádio é a torcida. Quando ela está triste, ela se manifesta. Isso é parte do futebol. Prefiro aplausos, claro. Mas entendo as vaias. E, para mim, isso está resolvido.”
A fala mostra a maturidade e empatia do treinador, reconhecendo que o torcedor tem o direito de se expressar dentro do estádio.
Análise: O Legado de Luís Castro Ainda Vive no Botafogo?
Planejamento de longo prazo
Mesmo que ele diga que não tem participação nas conquistas, é inegável que o planejamento começou com ele. A montagem do elenco, o estilo de jogo e o padrão de treinamento foram pontos importantes de sua passagem.
É comum no futebol que um treinador inicie um projeto e outro colha os frutos. O mais importante é que o Botafogo conseguiu manter a estrutura e a visão de futuro, algo raro no futebol brasileiro.
John Textor como peça-chave
John Textor merece destaque nesse processo. Seu plano de tornar o Botafogo campeão em até quatro anos foi cumprido antes do esperado, e isso mostra que o clube está sendo bem administrado. A continuidade entre os treinadores e a manutenção de um estilo de jogo mostram uma gestão profissional e moderna.
