John Textor, dono da SAF do Botafogo, falou abertamente pela primeira vez sobre a demissão de Renato Paiva, que aconteceu após a eliminação para o Palmeiras no Super Mundial de Clubes. A entrevista ao podcast inglês TalkSPORT trouxe revelações importantes sobre a filosofia do clube, o estilo de jogo esperado e a relação com os outros times da Eagle Football, como Lyon e Crystal Palace.
Neste artigo, vamos detalhar os principais pontos da entrevista, com linguagem simples e acessível, para que todos os torcedores e leitores possam entender os bastidores do clube e os motivos por trás das decisões.
Por que Renato Paiva foi demitido após vencer o PSG?
Uma mudança de postura
Textor explicou que a decisão de demitir Paiva foi tomada ao longo de dez jogos. Apesar da histórica vitória sobre o PSG no Mundial, o desempenho da equipe após esse feito preocupou a diretoria. Segundo ele, Paiva passou a adotar uma postura mais defensiva, deixando de lado os princípios que o tornaram um treinador promissor.
“Ele quebrou os próprios princípios”, afirmou Textor.
O empresário destacou que o técnico foi contratado por sua filosofia ofensiva, com linhas verticais e bom posicionamento dos jogadores. Mas, com a pressão, o treinador teria mudado seu estilo e passado a jogar com medo.
A conversa definitiva
Textor contou que teve uma conversa direta com Paiva antes do jogo contra o Palmeiras.
“Eu disse: ‘Aqui não é o PSG. É hora de jogar futebol contra o Palmeiras’.”
No entanto, segundo ele, o time se comportou de forma passiva em campo. E isso, para o dono do clube, foi o sinal definitivo de que a mudança era necessária.
O que é o "Botafogo Way"?
Uma filosofia clara
Durante a entrevista, John Textor falou bastante sobre o que ele chama de “Botafogo Way”. Essa filosofia envolve um estilo de jogo técnico, com movimentação rápida da bola e jogadores inteligentes e velozes.
“Queremos que a bola se mova loucamente, que a defesa adversária fique desorientada.”
Textor deixou claro que todo o departamento de futebol trabalha para que esse modelo seja seguido. E que, quando um treinador contratado foge disso, há consequências.
Recrutamento alinhado
Para aplicar esse estilo, o Botafogo vem investindo em jogadores com esse perfil. Textor mencionou contratações vindas de divisões inferiores do Japão e do Paraguai, mostrando que é possível montar um time competitivo com criatividade.
Textor cobra plano de jogo e fidelidade às ideias
Compromisso tático
O empresário também revelou que exige dos treinadores um plano de jogo antes de cada partida. Esse plano deve detalhar o que o adversário fará e como o Botafogo irá reagir.
“Quero ver o técnico executando o que me disse que faria.”
Se o treinador se mantiver fiel à sua ideia de jogo, mesmo em caso de derrota, Textor considera isso algo positivo. Ele relembrou um jogo contra o Santos, ainda na era Luís Castro, em que o Botafogo perdeu, mas mostrou evolução no modelo de jogo.
Textor sobre a influência no Crystal Palace: “Não mando lá”
A polêmica da UEFA
Com a classificação do Lyon para a Liga Europa, surgiu um impasse envolvendo o Crystal Palace. Como Textor tem participação acionária nos dois clubes, a UEFA pode impedir que ambos disputem a competição.
O empresário, no entanto, foi firme ao afirmar que não tem influência decisiva no Palace.
“Se eu tivesse, metade do time que venceu o PSG estaria lá no ano que vem.”
Segundo ele, essa falta de influência tem gerado frustração, já que a colaboração entre os clubes não ocorre como deveria.
Relação com Steve Parish
Textor explicou que o dono majoritário do Palace, Steve Parish, é quem realmente toma as decisões. Apesar de fazer parte do conselho, suas sugestões nem sempre são seguidas.
“Ele nos envolve, mas não nos ouve de verdade.”
Como funciona a Eagle Football?
Multiclube colaborativo
Textor ressaltou que o modelo da Eagle Football é baseado na colaboração entre os clubes. Nos últimos 18 meses, foram feitas cerca de 40 movimentações entre as equipes do grupo.
O objetivo é otimizar os elencos, aproveitando talentos e oportunidades em diferentes mercados.
Frustração com o Palace
Apesar do sucesso com Botafogo e Lyon, o empresário reconhece que não conseguiu o mesmo com o Crystal Palace. Por isso, está vendendo sua participação no clube inglês.
“Eu parei de pensar que conseguiria expressar meu amor pelo Palace de forma funcional.”
Ambição, reestruturação e cobranças
Planos para o Lyon e o Botafogo
Textor se orgulha do que foi feito no Botafogo e no Lyon. Ambos os clubes estavam em situações difíceis, mas conseguiram resultados expressivos em pouco tempo. O Lyon, por exemplo, saiu da zona de rebaixamento e chegou à Liga Europa.
“Queremos subir na tabela, não apenas evitar o rebaixamento.”
Críticas ao modelo do Palace
Segundo Textor, o Crystal Palace tem como principal objetivo apenas se manter na Premier League. Já o grupo Eagle Football quer mais: disputar títulos, crescer e inovar.
Ele questiona a falta de ambição do clube inglês, que pode sofrer as consequências no futuro.
Relação com os torcedores
Críticas nas redes sociais
Textor reconheceu que parte da torcida do Crystal Palace o critica, principalmente por conta da situação envolvendo a Liga Europa. Mas ele diz que prefere focar nos torcedores que reconhecem seu trabalho.
“10% sempre vão te odiar. Trabalho para o torcedor anônimo que sabe que eu ajudo.”
Orgulho do Botafogo
Sobre o Botafogo, o tom é de gratidão e orgulho. Textor destaca que o clube saiu de um passado de derrotas históricas para protagonizar feitos improváveis, como vencer o PSG com um jogador a menos.
“Só coisas malucas acontecem com o Botafogo… e agora são coisas boas.”
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