
Botafogo x Defensa Y Justicia se enfrentaram na quarta, no Nilton Santos, e a partida terminou empatada em 1 a 1. A equipe de Bruno Lage terá que buscar a classificação na próxima semana lá na Argentina.
Alguns comentaristas analisaram a postura do clube em colocar um time praticamente reserva em campo, além de avaliarem a atuação do time líder do Brasileirão.
Comentaristas analisam postura do Botafogo na Sul-Americana
Veja algumas opiniões de comentaristas sobre o empate do Botafogo no Nilton Santos e a postura do clube em colocar um time quase todo reserva na competição.
Sérgio Xavier Filho, SporTV
A prioridade número 1 tem que ser o Brasileiro, obviamente, mas minha impressão é de que ontem ele poderia ter dado uma ligeira mesclada, acho que foi demais, passa a ideia de uma desmobilização. Não é nem sobre comparação de jogadores, mas são os sinais que você dá para todo mundo. Até para conquistar o Brasileiro, manter as vitórias, um clima mais para a frente, isso seria bom também para o Brasileiro. Prioridade absoluta é o Campeonato Brasileiro. Como se faz para ganhar o Brasileiro? Tem que ter jogadores, ideias táticas boas, a parte física voando, e tem uma palavrinha que se soma a outros fatores, que é “confiança”. No momento que eram 12 pontos e aí foi para 11 pontos, a confiança não aumentou, diminuiu um pouquinho. Se hoje estivéssemos comentando Botafogo 4×1, o que acontece no próximo jogo? Eles entram com o 4×1 no bolso, é assim que funciona. Teve esse sinal de desmobilização.
Por que o Palmeiras persegue mais o Botafogo agora do que o Flamengo? Justamente por causa da outra competição, a Libertadores. O resultado está de alguma forma fortalecendo o Palmeiras no Brasileiro. Acho que o Botafogo poderia fazer algo semelhante, usar a Sul-Americana um pouquinho para ficar mais forte no Brasileiro.
Carlos Eduardo Éboli, SporTV
Bruno Lage mexeu demais na equipe, começou com apenas três titulares. A discussão já começa a respeito do que pensa o Bruno Lage para essa equipe. Titulares ou reservas, o que ele pensa é diferente do Luís Castro. Ele tem todo o direito, por ser o técnico, querer colocar a assinatura dele e trabalhar no que acredita, mas já percebo que a melhor maneira para ele é só um jogador de velocidade aberto, um homem de referência e um meia fazendo o meio/lado do campo, flutuando. Ontem foi o Tchê Tchê pela direita. Me parece que a disposição tática de preferência do Bruno Lage é essa. Aí mexe diretamente com a característica que fez o Botafogo líder do campeonato com folga de pontos sobre o segundo, um time de muita velocidade, transição eficiente, atacando os dois corredores, com um jogador de frente com mobilidade incrível, um centroavante armador como o Tiquinho. Ontem ele entrou com Matheus Nascimento no primeiro tempo, não foi ruim. De modo geral não gostei do Botafogo, o time demorou a se encontrar, o Defensa não mostrou capacidade de agredir e levar perigo durante boa parte do jogo, encontrou o empate em uma falha do Gatito.
A opção no segundo tempo pelo Diego Costa para mim foi infeliz. Porque está longe da forma ideal, em outra rotação. O time está indo, ele está voltando. Não sei se vai atingir o ritmo que se encaixa ou se o Bruno Lage vai promover mudança para encaixá-lo. Vejo isso com preocupação, quebrar o ritmo de algo que está dando certo. Todo time tem que ter suas variantes, mas ontem não funcionou. Para mim, essa história de mexer demais é colocar em um segundo plano exagerado. A Sul-Americana é importante sim, não mais que o Brasileiro, mas tem peso nesse reposicionamento continental do Botafogo.
Essa mudança de comando, de trabalho, de filosofia, coloca um ponto de interrogação que até então não se fazia presentes no meu pensamento, de o Botafogo ser campeão brasileiro. Mesmo com essa quebra, que vai exigir adaptação, a gordura é tão grande que não vejo ninguém capaz de assumir o ritmo que o Botafogo teve no primeiro turno. Pode perder o fôlego, porque não tem nenhum Manchester City aqui. É a tranquilidade que o Corinthians teve em 2017, teve rendimento de rebaixamento, mas ninguém alcançou. Mas o Botafogo está passando por momento de adaptação, por novo técnico, que encara o jogo de forma diferente. E não gosto dessa ideia de olho virado para a Sul-Americana, é ruim. O futebol brasileiro se acostumou a brigar por vagas, mas e o título? Quem coleciona vaga é estacionamento. A Sul-Americana tem muita importância para a história do Botafogo.
André Risek, SporTV
Nunca fui gestor de futebol, mas eu seria radical. Na Copa Sul-Americana eu não faria nada que pudesse colocar um mínimo de risco no Brasileiro. O jogo de ontem, descansando os jogadores que achava que deveria descansar, era para uma vitória de dois gols de vantagem. Inclusive acho muito ousado escalar algum titular na Sul-Americana. Sou muito conservador. E a escolha se mostrou acertada, o resultado foi uma aberração.
Ser campeão brasileiro para um time que não ganha desde 1995 é uma coisa gigante. Qualquer coisa que possa atrapalhar isso… Eu acho que está certo o Botafogo em minimizar qualquer risco de você ter um insucesso no Brasileiro. Se a Copa Sul-Americana vier, é um lucro. E até quando o time atuou na força máxima na competição, ele jogou abaixo do que faz no Brasileiro. O nível de concentração é outro, a cabeça dos caras estava no Bahia.
Dodô, SporTV
Jogo foi para ser 4 a 1. O Botafogo teve várias oportunidades, dava para acabar o primeiro tempo com 3 a 0. Ele colocou o Gabriel Pires, o Diego Costa, está testando o Tchê Tchê ali, que acho que não funciona… Ele consegue fazer isso na Sul-Americana. O desempenho foi para ganhar o jogo. Você consegue pôr os caras para jogar, com o foco no Brasileiro. Você perdeu o Tiquinho, vai correr o risco de perder o Eduardo? O Botafogo tem que focar no Brasileiro e ir jogando a Sul-Americana do jeito que está.















