
Na esteira de um embate acalorado entre o Botafogo e o Palmeiras, uma nova batalha teve lugar nos tribunais do futebol brasileiro. John Textor, acionista majoritário da SAF do Botafogo, foi alvo de uma suspensão de 35 dias e uma multa de R$ 25 mil pela 5ª Comissão Disciplinar do STJD. Essa decisão surgiu em resposta às declarações proferidas por Textor após a derrota do Botafogo por 4 a 3 para o Palmeiras, no dia 1º de novembro, em um embate emocionante da 31ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O julgamento, marcado por momentos de confusão, teve Textor acompanhando presencialmente na sede do STJD, mas sem prestar depoimento pessoal. O empresário norte-americano já havia recebido uma suspensão preventiva de 30 dias, restando agora cinco dias para o término da punição, que se estenderá até 8 de dezembro, após o encerramento do Brasileirão.
A defesa de Textor indicou que buscará um efeito suspensivo para permitir sua presença, ao menos, na última rodada, quando o Botafogo enfrentará o Internacional no Beira-Rio, na próxima quarta-feira.
A defesa de John Textor e os argumentos apresentados
Os advogados de John Textor, Pedro Henrique Moreira e Luciana Lopes, levantaram a inépcia da denúncia durante a defesa. Eles destacaram a ausência de uma tradução juramentada das palavras proferidas pelo empresário em inglês, alegando que a interpretação foi meramente realizada pela imprensa, carecendo, portanto, de base legal.
Luciana Lopes negou veementemente que Textor tenha acusado o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, de corrupção. Em vez disso, afirmou que ele alertava para os repetidos erros de arbitragem que, na visão do empresário, corrompiam o Campeonato Brasileiro. A advogada destacou que diversos clubes haviam manifestado reclamações similares à arbitragem, e o Botafogo, inclusive, enviara mais de cinco ofícios à CBF sobre o tema, sem receber resposta.
Por sua vez, Pedro Henrique Moreira considerou a súmula elaborada pelo árbitro Braulio da Silva Machado como imprecisa. O advogado também solicitou que Braulio fosse denunciado, um ponto que o presidente da 5ª Comissão, Otacílio Araújo, havia mencionado nas fases preliminares do julgamento.
Os desdobramentos e os envolvidos
John Textor, figura central como acionista majoritário da SAF do Botafogo, marcou presença no Rio de Janeiro e acompanhou de perto o julgamento que envolvia não apenas ele, mas também outras personalidades ligadas ao clube, todos relacionados aos episódios após a partida contra o Palmeiras, no Nilton Santos.
No desdobramento do caso, Textor, já suspenso preventivamente por 30 dias, está sujeito a julgamento pela 5ª Comissão Disciplinar por infrações aos artigos 243-F (ofensa à honra) e 258-B (invasão de campo), podendo enfrentar uma soma de até 270 dias de suspensão, além da multa.
Além de John Textor, outras figuras, como o diretor de futebol André Mazzuco, o vice-presidente geral do clube associativo Vinicius Assumpção, o então auxiliar Joel Carli e os jogadores Adryelson e Patrick de Paula, assim como o próprio Botafogo, também serão julgados nesse processo.
Esse desenrolar traz à tona não apenas as questões disciplinares no futebol, mas também a tensão que muitas vezes cerca as disputas no campo e fora dele, colocando em foco a responsabilidade e as repercussões das declarações feitas por figuras proeminentes no meio esportivo.















