
O técnico Luís Castro está sendo bem cotado em clubes do exterior e, em entrevista à Rádio Globo, disse tratar com naturalidade as sondagens e proposta recebida. O português comentou que está despreocupado com a situação, além de afirmar que seu foco hoje é o Botafogo.
O Jornal "O Globo" citou 6 motivos que podem fazer o botafoguense crer na permanência do português no Botafogo.
Seis motivos que podem fazer Luís Castro ficar no Botafogo
O jornal " O GLOBO" listou seis temas que podem ser decisivos para Luís Castro escolher permanecer no Botafogo em vez de aceitar proposta do Oriente Médio. Veja abaixo.
1. Cumprir contratos
Ao longo da sua carreira, Luís Castro sempre se mostrou um treinador que preza pelo cumprimento dos contratos até o fim. Segundo o próprio, em entrevista a Rádio Globo, ocorreu apenas três vezes desde que se tornou um técnico profissional, quando deixou o Chaves para o Vitória de Guimarães, depois quando foi para o Shaktar, da Ucrânia, após duas temporadas e meia no Vitória, e por fim, quando deixou o Al-Duhail para ir ao Botafogo.
Mesmo assim, quando o Botafogo entrou em contato com Luís Castro, por meio de John Textor, ouviu do treinador que teria que esperar pois ele estava na reta final da temporada com o Al-Duhail, do Catar, e disputando títulos. Assim, o clube esperou Castro comandar a equipe até o último jogo — o Al-Duhail acabou campeão da Copa do Emir —, para, aí sim, acertar a vinda do treinador.
2. Botafogo com a cara de Luis Castro
Quem vê o Botafogo jogar, seja no Nilton Santos ou em qualquer outro estádio da América do Sul, pode gostar ou não do estilo de jogo da equipe, mas uma coisa é inegável: ela tem as características de Luís Castro. Com a capacidade de criar tanto pelos lados do campo, como também pela faixa central, seja com ataques rápidos e verticais — formato onde se sente mais confortável — ou com a troca de passes trabalhadas e movimentações para gerar espaços, o Botafogo atua como Castro gosta.
Até no momento defensivo o Botafogo atua como Castro diz gostar: com os jogadores se posicionando para defender de forma compacta e com a mesma velocidade que se propõem a atacar. Por isso, Castro gosta de dizer que sua equipe é capaz de competir com qualquer outro time e em qualquer estádio.
3. Disputa por títulos
Mesmo com dois momentos de crise no Botafogo, Castro e sua comissão técnica foram blindados pela diretoria alvinegra para que o trabalho iniciado em abril de 2022 continuasse de forma segura e que possibilitasse a recuperação da confiança por parte dos jogadores. Muito por isso, a equipe conseguiu entender o estilo de jogo que o comandante se propõe a executar e, nessa temporada, colhe os frutos disso.
Líder do Campeonato Brasileiro e do grupo A da Sul-Americana, o Botafogo é, no atual momento, um real candidato ao título das duas competições. Se vai seguir na briga até o fim da temporada, não é possível afirmar. A manutenção dos principais jogadores e do treinador, por sinal, será um fator vital para que isso aconteça. Mas, de qualquer forma, atualmente, Castro sabe que seu time pode alcançar grandes feitos no fim do ano.
4. Fazer história
Da mesma forma que Luís Castro sabe que seu time tem reais condições de brigar por pelo menos um título até o fim do ano, o treinador tem noção do quão importante isso seria para o Botafogo. Clube de grande história no futebol brasileiro e até mundial, o alvinegro não conquista um título de grande apelo há 28 anos, quando foi campeão brasileiro pela última vez. No âmbito continental, a última conquista foi há 30 anos, com o título da Copa Conmebol. Por isso, o treinador sabe o que significaria levar um clube como o Botafogo aos caminhos de glória novamente. Tanto na questão histórica e simbólica, como também na prática, em termos de carreira profissional.
5. Rio de Janeiro x Arábia Saudita
Por mais que seja um técnico que fique praticamente todo tempo imerso ao trabalho, Luís Castro adora viver no Rio de Janeiro. O treinador não esconde isso e pessoas próximas ao português sempre reforçam. Apaixonado pelas pessoas no Rio e a forma com que elas tratam umas as outras, Castro mora na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, e costuma ir à praia.
Além disso, tem também a questão da culinária e da cultura, a qual Castro se adaptou muito bem. Amante de samba, o treinador foi ao desfile da Sapucaí no carnaval desse ano. Nas redes sociais, é comum ver o treinador compartilhar imagens do CT Lonier, que fica num lindo e reservado cenário na área de Vargem Grande, também na zona oeste, com sambistas renomados no som de fundo.
Ainda no âmbito cultural, Castro valoriza o passado ao lado das questões trabalhistas e sociais. Filho de professora e de militar, o técnico tem, desde a adolescência, ideais políticos de liberdade e democracia. Em entrevistas passadas, por exemplo, o treinador lembrou com orgulho da Revolução dos Cravos, em Portugal. Dessa forma, a Arábia Saudita, país onde há certa falta de liberdade de expressão no povo e na imprensa pela questão religiosa e política, poderia não ser um destino tão bom como o Rio de Janeiro, local onde o técnico já está adaptado.
6. Dinheiro não é problema
Desde o início das negociações com o Botafogo, Luís Castro sempre gozou de muito prestígio com John Textor, dono da SAF alvinegra. Por isso, o treinador sempre foi muito valorizado pelo clube, o que inclui a questão financeira. Em termos salariais atuais, Castro é um dos técnico mais bem pagos do país, com vencimentos que ultrapassam a casa de R$ 1 milhão.
Além disso, o Botafogo quer renovar o contrato de Castro e já demonstrou esse interesse ao treinador. Com os bons resultados que o time vem obtendo na temporada e o bom trabalho feito nos bastidores, que também tem o dedo do treinador, uma valorização salarial pode ser conversada.
É de conhecimento geral que não um time brasileiro, por mais bem organizado que seja, não conseguiria cobrir uma oferta de um fundo árabe — recentemente, Benzema acertou com o Al-Ittihad, clube ajudado pelos investimentos da Arábia Saudita, com salário de 100 milhões de euros (cerca de R$ 540 milhões) —, mas Castro deixou o Al-Duhail, do Catar, para receber um salário menor no Botafogo, o que deixou claro que a prioridade do treinador, nesse momento da carreira, não é a questão financeira. Tal fator também foi falado por André Mazzuco, diretor do Botafogo, em entrevista a ESPN.















