O Botafogo venceu o Fluminense por 2 a 0 no Estádio Nilton Santos, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. Mais do que os três pontos, a partida marcou um momento importante na caminhada do técnico Renato Paiva no clube. Após pouco mais de um mês de trabalho, o treinador português começa a ver seus conceitos tomarem forma no time alvinegro.
O estilo de Renato Paiva começa a aparecer
Renato Paiva tem um jeito claro de ver o futebol. Ele gosta de equipes que tenham a posse de bola, mas não apenas por ter. A ideia é manter o controle da partida e atacar com inteligência. Segundo o treinador, o time precisa ocupar bem os espaços no campo. Isso permite criar jogadas com mais fluidez e eficiência.
Na vitória contra o Fluminense, o Botafogo mostrou justamente isso: organização, domínio no meio-campo e muitas finalizações. O time jogou com intensidade e teve boas chances durante o jogo. Para Paiva, esse foi o primeiro grande sinal de que sua filosofia está começando a funcionar.
“Foi uma exibição muito próxima do que eu gosto. Muita posse, agressividade ao atacar, muitas finalizações e boa reação quando perdíamos a bola”, afirmou o técnico.
Recuperação mental: um novo foco
Além da parte tática, Renato Paiva vem chamando atenção para outro ponto importante: o cansaço mental. Ele explica que, muitas vezes, a fadiga que atrapalha os jogadores não é física, mas cerebral. Isso influencia nas decisões durante o jogo, como o passe certo ou o tempo para chutar.
Segundo o treinador, é preciso cuidar da mente dos atletas. Para isso, ele e sua comissão técnica vêm adotando uma abordagem mais humana. Passam menos informações em certos momentos, para não “encher o copo” dos jogadores. Também há um esforço para manter a confiança do grupo, mesmo nos momentos difíceis.
“O cansaço mais perigoso é o mental. Não dá para ver, mas ele está lá. A cabeça cansada atrapalha mais do que pernas pesadas.”
Mudança tática que funcionou
Na partida contra o Fluminense, Renato Paiva surpreendeu. Em vez de um único centroavante, ele colocou dois em campo. A ideia era combater o cansaço do time e enfrentar o adversário com algo novo. Funcionou. O Botafogo foi mais direto, teve presença na área e conseguiu se impor.
Essa mudança mostra que o treinador está disposto a adaptar suas ideias quando necessário. Ele quer um time com plano A, B e até C. Isso é importante em um calendário apertado como o do futebol brasileiro.
Savarino: liberdade em campo
Um dos destaques do jogo foi Savarino. O venezuelano jogou com liberdade total, sem ficar preso a uma posição. Paiva explicou que esse é o melhor jeito de usá-lo. Savarino é criativo, tem qualidade no passe e no drible, e pode ser decisivo em várias partes do campo.
“Savarino é livre. Ele não pode ficar preso a um número. É 10, é 9, é 8. Ele precisa jogar. Isso é o que importa.”
Apoio ao goleiro John e importância da memória
Outro ponto forte da entrevista de Paiva foi o apoio ao goleiro John. Após uma falha em jogo anterior, o arqueiro foi alvo de críticas. Mas o treinador fez questão de lembrar que ele também já salvou o time em vários momentos. Para Paiva, ninguém pode ser julgado por um erro.
“Todos erram. A memória é importante. O John já nos ajudou muito. Não vamos crucificar ninguém por um erro.”
Torcida e reformulação: entendimento e respeito
Renato Paiva também falou sobre a torcida. Ele entende a frustração com os maus resultados, mas pediu apoio durante os 90 minutos. Para ele, o momento é de reconstrução. Muitos jogadores saíram e novos chegaram. O time ainda está se entrosando.
“A torcida tem razão em cobrar. Mas o apoio durante o jogo é fundamental. Os jogadores precisam disso.”
Vestiário com mentalidade de campeão
Apesar do início irregular, Paiva garante que o Botafogo encara cada partida como favorito. O técnico vê um elenco com espírito vencedor. Para ele, quem já foi campeão deve manter essa mentalidade.
“Eles sentiram o sabor de vencer. Querem ganhar mais. E isso começa dentro do vestiário.”
